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    B3 modifica ISE, índice com empresas que investem em práticas ESG

    A nova metodologia inclui a divulgação da nota geral de todas as empresas que participarem do processo de seleção, além de notas específicas para 28 temas

    Foto: Reuters/Leonardo Benassatto

    Matheus Prado,

    do CNN Brasil Business, em São Paulo

    A B3 anunciou na terça-feira (20) que revisou a metodologia do Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3 (ISE B3), desenvolvido inicialmente em 2005 e desenhado para destacar companhias que seguem a agenda ESG (sigla em inglês para Ambiental, Social e Governança).

    Com a revisão, a empresa quer tornar o ISE “mais simples e transparente para os investidores, permitindo a elaboração de rankings com as empresas de capital aberto mais avançadas no tema”. As 200 ações mais líquidas da bolsa do Brasil podem participar do processo, e o limite de 40 papéis no índice deixa de existir. 

    A nova metodologia inclui a divulgação da nota geral de todas as empresas que participarem do processo de seleção (inclusive as não selecionadas), além da pontuação obtida em cada um dos 28 temas avaliados nas seguintes categorias: meio ambiente, governança corporativa e alta gestão, capital humano, capital social e modelo de negócios e inovação. Haverá duas avaliações por ano, em maio e setembro.

    “O ISE B3 é um indicador importante para os investidores que estão ávidos por ativos sustentáveis, mas também tem o papel de estimular as empresas a avançarem em suas práticas ESG”, afirma Ana Buchaim, diretora-executiva de Pessoas, Marketing, Comunicação e Sustentabilidade da B3. 

    “Faz parte do nosso compromisso com a evolução da pauta de sustentabilidade entregar um indicador que esteja à altura da sofisticação que o mercado vem ganhando nessa área.” Para isso, a B3 também passa a contar com parceiros para avaliar o risco de imagem e implicações nas mudanças climáticas. 

    A nota sobre mudança do clima, por exemplo, passa a ser feita com base no CDP (Carbon Disclosure Project), organização internacional criada por investidores que solicita informações sobre o assunto para as maiores empresas do mundo. Já o risco reputacional das empresas será avaliado pela RepRisk.

    “O processo ficou mais objetivo, e os questionamentos estão mais próximos ao que o mercado está habituado a reportar, considerando a sinergia com os padrões internacionais. Apesar da redução do questionário, não há nenhum prejuízo de temas abordados. Pelo contrário, o grau de exigência ESG aumentou, mas ficou mais intuitivo participar do processo”, afirma Luís Kondic, diretor de Produtos Listados e de Dados da B3.

    As companhias podem se inscrever até o dia 10 de setembro. O novo índice passa a valer no dia 3 de janeiro de 2022.

    O que muda no ISE B3?

    • Divulgação das notas individuais obtidas por cada uma das empresas que participarem do índice, com detalhamento por temas;
    • Questionários elaborados com perguntas específicas para o setor de atuação de cada empresa, permitindo o aprofundamento da análise das companhias;
    • Risco reputacional passa a ser um critério para eliminação de empresas da carteira do ISE B3;
    • Revisão da carteira duas vezes ao ano, permitindo ajustes em prazo mais curto. 

    O que muda para as empresas?

    • Simplificação e redução de cerca de 40% do questionário;
    • Inscrições gratuitas, antes o valor era de até R$ 35 mil;
    • Alinhamento a padrões internacionais;
    • Eliminação da quantidade máxima de empresas permitidas no índice;
    • Maior transparência e comparabilidade nas jornadas ESG de cada companhia.