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    Como ficam os voos do Brasil para os EUA após restrição do governo americano

    Companhias aéreas precisaram reavaliar operação de rotas entre os dois países, após decisão da Casa Branca

    Avião da companhia Azul parte de aeroporto
    Avião da companhia Azul parte de aeroporto Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

    No último domingo (24), os brasileiros foram surpreendidos por uma decisão de Donald Trump. Após a pandemia do novo coronavírus avançar no Brasil, o presidente americano proibiu a entrada de qualquer pessoa que tenha passado pelo país nos últimos 14 dias. A medida, que visa conter uma nova onda de contágio nos Estados Unidos (EUA), ocorreu em um momento crítico da pandemia no Brasil. No último balanço divulgado pelo ministério da Saúde, o número de casos brasileiros subiu para 363 mil — e mais de 22 mil vítimas fatais.  

    Em nota publicada pela Casa Branca neste domingo (24), o presidente americano informa que o CDC determinou que o Brasil está “experienciando uma transmissão generalizada e contínua de pessoa a pessoa”. Segundo o governo americano, o potencial de transmissão não detectada do vírus por passageiros vindos do país “ameaça a segurança do sistema de infraestrutura de transportes e a segurança nacional” norte-americana.

    Em meio ao cenário, as empresas de viagens e turismo seguem como as mais afetadas pela crise de saúde global. Mesmo algumas das maiores companhias aéreas do mundo, como a alemã Lufthansa, estão buscando ajuda do governo para sobreviver.

    De acordo com uma projeção recente da Associação Internacional do Transporte Aéreo (Iata), o valor das passagens aéreas pode subir em até 50% quando se encerrarem as medidas de isolamento social adotadas por governos em todo o mundo.

    Uma das principais razões para a projeção, de acordo com a associação, é a queda na demanda, que só deverá recuperar o patamar do ano passado em 2024. Outro fator são medidas sanitárias exigidas pelas autoridades vão ser as responsáveis por encarecer as passagens. Entre os cuidados exigidos por entidades de saneamento, a obrigatoriedade de intercalar uma fileira livre entre as poltronas ocupadas vai reduzir drasticamente a ocupação dos voos.

    Assim como o setor aéreo, o segmento de turismo também vem sendo gravemente impactado pela pandemia do novo coronavírus. Uma das maiores operadora de turismo do mundo, a TUI afirmou que pode fechar até oito mil vagas de trabalho nos próximos meses. Já para a CVC, que permanece otimista, o principal elo da retomada devem ser as viagens nacionais.

    O turismo representa cerca de 10% do PIB global e emprega um em cada 10 trabalhadores, segundo o World Travel and Tourism Council (WTTC). De acordo com informe do conselho do WTTC divulgado em abril, cerca de um terço desses empregos, ou mais de 100 milhões de posições podem estar em risco como resultado da atual crise, que levará a uma queda de cerca de US$ 2,7 trilhões no PIB mundial.

    Os mais atingidos são países cuja economia depende diretamente dos dólares do turismo. Uma queda de 25% na renda do turismo reduzirá o PIB em cerca de 7% nos “pequenos estados insulares em desenvolvimento”, segundo a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e o Desenvolvimento (UNCTAD). Em alguns desses lugares, como as Maldivas e Seychelles, a contração pode chegar a 16%.

    Agora, com a proibição de entrada de brasileiros no país — tendo exceções em casos específicos, como voos de negócios — algumas companhias aéreas passaram a adotar novas medidas a fim de cumprir a decisão de Donald Trump.

    Confira, a seguir, como as aéreas se portarão diante desse novo cenário: 

    Azul

    Por enquanto, a aérea nacional Azul disse que vai manter as operações para Fort Lauderdale e Orlando. “Caso haja alguma mudança em nossa malha, nossos clientes serão avisados”, disse a assessoria da empresa.

    Há poucas semanas, a Azul divulgou um declínio de 90% no tráfego de passageiros em abril frente ao mesmo período do ano passado, com redução de 87,7% na capacidade, o que resultou em uma queda na taxa de ocupação para 68,8% de 84,4% um ano antes, em resultado afetado pela pandemia de Covid-19.

    Já no mercado doméstico, a demanda da aérea caiu 89,3% e a oferta diminuiu 87,2%, o que resultou em uma taxa de ocupação de 69,8%, contra 83,7% em abril de 2019, conforme mostram os resultados preliminares de tráfego do mês anterior, março.

    Delta

    Enquanto isso, a americana Delta Air Lines disse que “continua avaliando seu cronograma e está se ajustando conforme necessário, com base nas diretrizes do Centro para Controle e Prevenção de Doenças (CDC)”. Mas, no momento, não opera voos para o Brasil. A principal rota da companhia entre os dois países, que conectava Atlanta a São Paulo, foi suspensa.

    Gol

    Outra companhia aérea nacional que cancelou voos foi a Gol. Ainda antes da restrição imposta por Trump, a empresa suspendeu todos os seus voos internacionais até o dia 30 de junho. Segundo a empresa, a decisão acata as restrições de viagem impostas pelas autoridades dos países nos quais opera, na América do Sul, na América Central e no Caribe, além de recomendações das autoridades americanas.

    Procuradas, Latam, American Airlines, United e CVC ainda não responderam ao CNN Brasil Business.