Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Aumento da gasolina deve deixar a inflação ainda mais alta, diz corretora

    Petrobras anunciou aumento de 8,2% no preço do litro do combustível nas refinarias a partir desta terça-feira

    Trânsito intenso de veículos na Avenida Radial Leste, em São Paulo
    Trânsito intenso de veículos na Avenida Radial Leste, em São Paulo Foto: Paulo Lopes/BW Press/Estadão Conteúdo

    Juilana Elias,

    do CNN Brasil Business, em São Paulo

    O novo reajuste da gasolina anunciado nesta segunda-feira (8) pela Petrobras deve deixar a inflação do mês ainda mais alta. 

    Segundo a estatal, o litro da gasolina vendido nas refinarias aumentará R$ 0,17, o que levará o valor médio para R$ 2,25 por litro. Esse reajuste equivale a um aumento médio de 8,17%.

    Os preços praticados pela Petrobras dizem respeito ao valor do litro do combustível na refinaria. Dali eles ainda passam pelas distribuidoras para, depois, chegar aos postos, e têm uma série de impostos e outros custos adicionados ao longo desse caminho. Os aumentos da Petrobras podem ser repassados integralmente ou não para o consumidor nessa cadeia.

    Ainda assim, um aumento dessa mesma magnitude na bomba teria um impacto considerável no Índice de Preços ao Consumidor Amplos (IPCA), indicador oficial de inflação medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), já que a gasolina tem um peso grande no índice. O IPCA considera o preço da gasolina nos postos.

    Um cálculo feito pelo economista-chefe da corretora Necton, André Perfeito, estima que um aumento de 8,17% da gasolina nos postos de gasolina acrescentaria 0,4 ponto percentual à inflação. “Isto implica dizer que se nada variar de preço o IPCA seria de 0,4% só por conta da alta da gasolina anunciada”, disse Prefeito, em nota a clientes. 

    Na prévia de janeiro, o IPCA subiu 0,78% . Em 12 meses, acumulava 4,3%. As projeções de mercado são que indicador siga subindo até o meio do ano, quando pode chegar perto de 6% em 12 meses, para depois começar a perder força e fechar 2021 ao redor de 3,5%.

    Novas pressões de preço, porém, podem acabar fazendo a inflação ficar acima do esperado novamente, como as altas súbitas dos alimentos fizeram com o índice no ano passado. 

    “Claro, o aumento não é automático; entre as refinarias e as bombas muita coisa pode acontecer, o preço pode cair ou subir, mas este valor serve como uma referência”, diz Perfeito.

    A Petrobras também rejustará o preço do diesel em R$ 0,13, para R$ 2,24 por litro. Nesse caso, o valor equivale a alta de 6,2%. O gás de cozinha será reajustado, com aumento de R$ 0,14 por quilo, para R$ 2,77 – reajuste de 5,1%. Os novos preços passam a valer nesta terça-feira (9).