Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Ativos brasileiros disparam com leitura de que 1º turno empurra corrida eleitoral ao centro

    Analistas têm dito que a disputa mais acirrada que o imaginado deverá resultar em propostas econômicas mais ao centro e perspectiva de detalhamento dos planos econômicas de Lula e Bolsonaro

    Fernando Nakagawado CNN Brasil Business

    O resultado mais apertado no primeiro turno deve levar a corrida eleitoral ao Palácio do Planalto para o centro. Essa é a leitura de boa parte do mercado financeiro após as urnas mostrarem vantagem menor que o esperado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre Jair Bolsonaro (PL). Resultado dessa percepção: ativos brasileiros disparam.

    No começo da tarde desta segunda-feira (3) os ativos brasileiros se destacavam no mercado financeiro global. Em Nova York, o contrato que sinaliza a tendência da bolsa brasileira, o EWZ, subia 9,15%, a US$ 32,34. Ainda nos Estados Unidos, as ações da Petrobras negociadas na bolsa norte-americana, os ADRs, subiam 11,06%.

    No Brasil, o real se fortalecia e o dólar recuava 4,65%, a R$ 5,16. Já a bolsa saltava 4,78%, aos 115.295 pontos com destaque para estatais: Petrobras ON subia 7,56%, Banco do Brasil ON ganhava 6,20% e Sabesp ON, a companhia paulista de saneamento, disparava 16,41% – a maior alta do Ibovespa motivada pela liderança de Tarcísio de Freitas (Republicanos) ao governo paulista.

    Analistas têm dito que a disputa mais acirrada que o imaginado deverá resultar em dois movimentos importantes para os investidores: 1) propostas econômicas mais ao centro para primeiro atrair eleitores de Simone Tebet (MDB) e indecisos e, depois, para tentar ter governabilidade com um Congresso com peso importante da direita; e 2) perspectiva de detalhamento das propostas econômicas de Lula e Bolsonaro.

    A falta de detalhes das propostas econômicas, aliás, foi alvo de uma enxurrada de críticas aos dois candidatos no primeiro turno. Do lado de Lula, as críticas apontavam para um discurso muito baseado no histórico do ex-presidente e sem detalhamento das grandes linhas econômicas, como o quadro fiscal. Por parte de Bolsonaro, a crítica estava na mesma ausência de detalhamento das propostas e da falta de um nome que concentrasse a discussão econômica na campanha.

    “A diferença [entre Lula e Bolsonaro] foi menor que a esperada e veio acompanhada por bons resultados para candidatos de direita no Congresso. Isso ressalta os desafios que eventual governo de esquerda tende a enfrentar e acreditamos que o quadro deve favorecer um movimento em direção ao centro para ganhar a eleição”, dizem os economistas do banco JP Morgan liderados por Cassiana Fernandez.

    A análise foi compartilhada pelos suíços da gestora Julius Baer, que destacam a perspectiva das ações e títulos do Brasil no mercado.

    “Esperamos que os ativos brasileiros reajam de forma muito positiva no curto prazo em meio a maiores chances de vitória de Bolsonaro e antecipação de mudança para o centro por Lula, a fim de angariar votos de apoiadores dos candidatos centristas Simone Tebet [4,2% dos votos] e Ciro Gomes [3,1% dos votos]”, diz o estrategista de ações da gestora suíça Julius Baer, Nenad Dinic.

    Tópicos