Atividade econômica cai 1% no Norte e sobe 0,4% no Sudeste no 3º tri, diz BC
No Sul, o recuo de 0,7% interrompeu uma sequência de quatro trimestres de expansão da atividade
O Banco Central divulgou nesta quarta-feira (24) o Boletim Regional com dados sobre a evolução da atividade econômica em cada região do País no terceiro trimestre de 2021, em comparação com o segundo trimestre do ano.
As regiões apresentaram resultados diversos no trimestre, com o Norte e o Sul do País registrando queda no Índice de Atividade Econômica Regional (IBCR-N), de 1,0% e 0,7%, respectivamente, enquanto foi observado crescimento no Centro-Oeste (0,7%), Nordeste (0,5%) e Sudeste (0,4%).
No documento, o BC destaca que há comportamentos diferentes entre os setores econômicos nos últimos meses.
O comércio e a produção industrial, que se recuperaram mais rápido do choque provocado pela Covid-19, tem apresentado mais recentemente desempenho negativo e abaixo do esperado. Por outro lado, os serviços, mas atingidos pela pandemia, estão em recuperação mais robusta.
“Prospectivamente, o cenário é de retomada da atividade, ainda que menos intensa e mais concentrada no setor de serviços do que prevista anteriormente. Regionalmente, esse comportamento, em parte pela estrutura produtiva, tende a favorecer as economias do Nordeste e Sudeste.”
Regiões
Segundo o BC, a queda na região Norte, após crescimento de 2,6% no segundo trimestre, deve-se à desaceleração da indústria e do comércio, impactos pela limitação da oferta de insumos na cadeia produtiva. A autarquia, por outro lado, afirma que a recuperação do mercado de trabalho e o patamar elevado dos preços de commodities agrícolas e minerais contribuíram para limitar a retração econômica na região.
No Sul, o recuo de 0,7% interrompeu uma sequência de quatro trimestres de expansão da atividade – no segundo trimestre, a alta foi de 0,2%. Na região, o BC cita que o principal vetor para a queda foi a produção da indústria, que vem sofrendo com falta de peças e alta de custos.
Além disso, o mercado de trabalho tem apenas melhora parcial, mantendo uma taxa de desocupação elevada, com efeitos negativos sobre a renda e o consumo das famílias.
Apesar disso, os serviços cresceram no período, sobretudo os prestados às famílias. O BC também pontuou que o crédito segue favorecendo a atividade econômica, mesmo com o ciclo de aperto monetário, com destaque para o financiamento rural.
O Centro-Oeste foi a região que obteve o crescimento mais forte no terceiro trimestre, de 0,7%, mas mais moderado do que no período imediatamente anterior (2,3%). A moderação, segundo o BC, deve-se à queda na produção de milho e cana-de-açúcar. “O resultado positivo foi sustentado pela expansão do comércio, da construção civil e, notadamente, dos serviços de alojamento e alimentação e outros que envolvem maior interação social.”
No Nordeste, o avanço de 0,5% (após 0,8% no segundo trimestre) foi liderado pelos serviços, com destaque para os prestados às famílias e de transporte, em um contexto de recuperação gradual da mobilidade.
O mercado de trabalho manteve a geração de vagas, mas houve alta no desemprego. Diferentemente das outras regiões, a indústria de transformação também cresceu no Nordeste no período, mas não foi uma alta disseminada por todas as atividades.
Já no Sudeste, a recuperação dos serviços na esteira do avanço da vacinação contra covid-19 foi parcialmente compensado pelo menor dinamismo do comércio e da indústria. No mercado de trabalho, a melhora na margem continuou, impulsionada pelo setor de serviços. O crescimento de 0,4% representou arrefecimento frente à expansão de 0,8% no segundo trimestre.
Segundo o Banco Central, o próximo Boletim Regional, referente ao quarto trimestre, será publicado no dia 22 de fevereiro de 2022.