Até quando os juros precisam subir para controlar a inflação?
A Selic deve sofrer novos aumentos nas próximas reuniões do Copom até o final do ano
É a primeira vez desde 2003 que o Copom (Comitê de Política Monetária) aumenta a Selic, a taxa básica de juros, em 1 ponto percentual. Nos últimos cinco meses, saímos de uma taxa de 2% ao ano para 5,25% agora.
Isso porque o Banco Central (BC) precisou acelerar o passo e a intensidade a fim de formar uma barreira na inflação, já que o IPCA (Índice de Preços ao Consumior Amplo) está encostando em 7% e precisa cair para 3,5% para ficar dentro da meta. Nas próximas reuniões do Copom, a Selic deve passar por novos aumentos e, a princípio, deve ficar ao redor de 8,5% até o final do ano.
Mas é importante ter em mente que essa taxa básica não depende só da inflação. Há outras questões que podem impactá-la, como o cenário político ou os juros no exterior.
E os investidores, que tiveram que tomar mais riscos e encarar o mercado acionário, por exemplo, por conta dos juros mais baixos, podem ter que rever algumas decisões.
A quarta-feira também trouxe mais uma leva de balanços do segundo trimestre. O destaque ficou com os resultados da Petrobras, que foi muito mais do que o esperado. A empresa registrou R$ 42,85 bilhões de lucro. A estimativa era de R$ 30 bilhões, valor que já seria recorde.
O montante registrado no último trimestre significa uma alta de 3.572,2% na comparação com o primeiro trimestre. Lembrando que há um ano, a Petrobras registrou prejuízo. O aumento das vendas de óleos e derivados, as exportações, o dólar mais alto e a venda da BR Distribuidora foram os fatores que ajudaram nesse resultado.
E em Brasília segue o cenário agitado. Além da CPI da Pandemia, ainda se falou muito sobre os precatórios e o Bolsa Família, que agora vai se chamar Auxílio Brasil e terá benefício variável. A MP sobre o tema está pronta e deve ampliar o número de beneficiados. Sobre os precatórios, Guedes quer criar um fundo para financiá-los, mas não pode esquecer do teto de gastos.
Neste episódio do Abertura de Mercado, a comentarista de economia da CNN Thais Herédia ouve especialistas sobre os temas que circulam por Brasília, cada vez mais quentes, além, claro, de outras questões que mexem com a economia e influenciam o mercado.
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*Publicado por Ana Carolina Nunes