Associação Brasileira de Bares e Restaurantes indica retomada até dezembro de 2021
Entre as capitais, o Rio de Janeiro teve o maior número de postos de trabalho abertos em bares e restaurantes nos últimos 12 meses
Com a suspensão da restrição de limite de público e a proximidade das festas de fim de ano, o setor de bares e restaurantes está otimista com o possível aumento do faturamento. De acordo com a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), 79% dos associados acreditam que as vendas irão aumentar até o fim de 2021.
No estado do Rio de Janeiro o número de contratações em setembro, dado mais atualizado, segundo o SindRio, apresentou variação positiva de 1.823 novas contratações. No acumulado dos últimos 12 meses, já são 10.778 postos de trabalho formais.
Apesar de ainda distante de repor os empregos perdidos no setor durante pandemia, o ramo foi a principal atividade geradora de empregos formais no estado (+4.871) e a segunda principal na capital (+ 2.765).
Entre as capitais brasileiras, o Rio de Janeiro (4.352) lidera com o saldo de vagas de trabalho abertas no setor de Bares e Restaurantes nos últimos 12 meses, seguido por São Paulo (3.551), Fortaleza (2.298) e Curitiba (1.844).
No entanto, segundo a Abrasel, quase um terço (32%) dos empresários segue trabalhando no prejuízo. A maioria destes (60%) ainda não conseguiu reajustar o preço do cardápio para sair do vermelho. Um dos fatores que vem dificultando essa retomada, segundo a associação, é alta no preço dos alimentos e bebidas, que no acumulado dos últimos 12 meses alcançou 14,6%.
“Nenhum empresário trabalha no prejuízo por opção. Se ainda não aumentamos os preços do cardápio é pelo medo de afastar os clientes neste momento de retomada. Mas 75% dos estabelecimentos dizem que não terão mais como segurar esse repasse se os custos continuarem aumentando”, diz o presidente-executivo da Abrasel, Paulo Solmucci.
Mesmo em meio à crise econômica desencadeada pela pandemia, que provocou o fechamento de cerca de 300 mil estabelecimentos em todo Brasil, alguns empresários ainda tentam reabrir as portas. É o caso do centenário Bar Luiz, que em janeiro do ano que vem completa 135 anos. O histórico bar carioca, localizado na região central da cidade, foi um dos 3 mil estabelecimentos que não resistiu à crise.
O desafio de reestruturar o mais famoso bar da cidade maravilhosa, inaugurado em 1887, está nas mãos do produtor cultural Eduardo Maruche. O pedido de ajuda para reerguer o estabelecimento foi feito pela proprietária do Bar Luiz, Rosana Santos.
“É um baita desafio, pois a gastronomia e a cultura já vinham capengando muito antes da pandemia. O quadro pandêmico potencializou, mas acho que já estamos começando a ver uma melhora. Não ter mais o Bar Luiz aberto seria impensável para nós”, afirma o produtor cultural.
Para que a tarefa de reestruturar o Bar Luiz tenha êxito, será lançada na próxima semana uma campanha de financiamento coletivo através da página oficial do bar na internet (www.barluiz.com.br) e nas redes sociais. Os organizadores esperam reabrir o estabelecimento o quanto antes e contam com a ajuda não só dos cariocas, mas de todos os amantes da boa gastronomia.
Rio foi um dos estados mais impactados com o fechamento de bares e restaurantes na pandemia.
Segundo a Abrasel, durante a pandemia entre 30 a 35% dos bares e restaurantes fecharam as portas no estado, índice superior ao cenário nacional. Com o fim da maioria das restrições e, consequentemente a retomada das atividades e do público, 50% dos trabalhadores demitidos já foram recontratados. De acordo com a associação de bares e restaurantes, do total de demitidos no RJ, apenas 15% dos funcionários não voltarão aos postos de trabalho.