Assintomático, Luciano Hang diz ter feito tratamento precoce para a Covid-19
Recuperado da Covid-19, Hang diz que tomou coquetel de medicamentos, entre eles a cloroquina; mãe de empresário segue na UTI
O empresário Luciano Hang, dono da varejista Havan, afirmou que foi infectado pela Covid-19, mas que passou pela doença assintomático. Horas depois da transmissão, Hang comunicou que teve alta e postou foto deixando o hospital.
Ele diz ter feito a utilização de medicamentos como a cloroquina e a ivermectina para tratamento preventivo e precoce e voltou a defender os medicamentos, que não possuem efetividade comprovada.
“Eu tomei ivermectina, vitamina D, hidroxicloroquina… tudo aquilo que eu preguei”, disse Hang em uma live em seu perfil do Instagram.
Hang afirmou que a sua mãe, que também foi infectada pela Covid-19, continua internada e está na unidade de tratamento intensivo (UTI). Segundo Hang, ela chegou a ter 95% dos pulmões comprometidos, mas o empresário afirmou que ela está se recuperando.
Segundo Hang, foi no hospital Prevent Senior, local em que sua mãe está internada, que ele próprio pegou Covid-19. Ele diz que não teve sintomas e que a internação foi por escolha própria.
Ele ainda rebateu o fato de ter sido chamado de negacionista.
“Negacionistas são aqueles que não aceitam que possam existir outros tipos de tratamento para a Covid-19”, afirmou Hang, que também disse acreditar na vacina.
Tratamento precoce não tem efetividade comprovada
Não há nenhum estudo clínico capaz de atestar a eficácia do tratamento. A Organização Mundial da Saúde (OMS) já divulgou estudos que indicam a ineficácia de medicamentos, como remdesivir e cloroquina, no tratamento da Covid-19.
A agência regulatória norte-americana, o FDA, elenca uma lista de medicamentos que não têm eficácia comprovada contra a Covid-19. Entre eles: fosfato de cloroquina, sulfato de hidroxicloroquina e ivermectina.
A Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) não recomenda tratamento precoce para Covid-19 com qualquer medicamento (cloroquina, hidroxicloroquina, ivermectina, azitromicina, nitazoxanida, corticoide, zinco, vitaminas, anticoagulante, ozônio por via retal, dióxido de cloro), porque os estudos existentes até o momento não mostraram benefício e, além disso, alguns destes medicamentos podem causar efeitos colaterais.
Não existe comprovação científica de que esses medicamentos sejam eficazes contra a Covid-19.
A orientação da SBI está alinhada com as recomendações de sociedades médicas científicas e outros organismos sanitários nacionais e internacionais, como a Sociedade de Infectologia dos EUA (IDSA) e a da Europa (ESCMID), Centros Norte-Americanos de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), Organização Mundial da Saúde (OMS) e Agência Nacional de Vigilância do Ministério da Saúde do Brasil (ANVISA).