Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Após queda recorde por Covid-19, vendas do comércio crescem 13,9% em maio

    Segundo o IBGE, volume de vendas teve o maior crescimento em 20 anos. A alta, porém, foi insuficiente para que o setor recuperasse as perdas de março e abril

    Paula Bezerra,

    do CNN Brasil Business, em São Paulo*

    Depois de registrar queda recorde pela pandemia do novo coronavírus e o isolamento social, as vendas do comércio varejista subiram 13,9% em maio, na comparação com o mês anterior. O acréscimo, porém, foi insuficiente para que o setor recuperasse as perdas obtidas entre março e abril. É o que mostra os dados divulgados na manhça desta quarta-feira (08) pela Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

    No acumulado do ano, o varejo obteve queda de 3,9%. Já nos últimos 12 meses, o cenário é de estabilidade, ficando no zero a zero. Para Cristiano Santos, gerente da pesquisa, os números mais otimistas aparecem logo após a PMC registrar o pior patamar de vendas da série histórica, com retração de 16,3% em abril. 

    Leia também:
    Pela primeira vez, mais da metade dos brasileiros não têm trabalho, diz IBGE
    IBGE: Pandemia deixou 9,7 milhões de trabalhadores sem remuneração em maio
    Auxílio tem dado sobrevida ao comércio, diz assessor da Fecomercio-SP

    “Foi um crescimento grande percentualmente, mas temos que avaliar que a base de comparação foi muito baixa”, diz Santos. “Se observarmos apenas o indicador mensal, temos um cenário de crescimento, mas, quando olhamos para outros indicadores, como a comparação com o mesmo mês de 2019, o cenário ainda é de queda”, afirma. 

    O levantamento ainda mostra uma perda de ritmo dos impactos do isolamento social no comércio. De todas as empresas entrevistadas para a pesquisa, 18,1% relataram impactos negativos em suas receitas no mês de maio. Em abril, porém, o número era 28,1%, o maior percentual desde o início da pandemia. A leve recuperação demonstra um indício de crescimento nas atividades das companhias. 

    “A massa salarial teve uma queda de 7,3 bilhões no último trimestre, como apontou a PNAD Contínua. Mas em maio também teve uma parcela do 13º salário dos aposentados e o auxílio emergencial, que já estava na sua segunda edição, benefícios que a massa de rendimento não engloba”, diz Santos.

    “Muitos fatores colaboram para esse crescimento, como o próprio aumento das atividades. De alguma maneira, houve algum impacto na abertura dessas lojas físicas e também uma acomodação no modo diferente de trabalhar, como as entregas, por exemplo”, conclui.

    Recuperação de todas as atividades

    Em maio, todas as atividades pesquisadas registraram ganhos. O maior crescimento percentual foi visto em Tecidos, vestuário e calçados, de 100,6%.

    As vendas de Móveis e eletrodomésticos subiram 47,5%, enquanto de Outros artigos de uso pessoal e doméstico aumentaram 45,2%.

    O setor de Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, que tinha recuado em abril, viu aumento de 7,1% nas vendas em maio.

    No varejo ampliado, houve crescimento de 19,6% sobre abril, sendo que a atividade de Veículos, motos, partes e peças registrou alta de 51,7%, enquanto a de Material de construção aumentou 22,2%.

    Clique aqui e siga a página do CNN Brasil Business no Facebook

    *Com Reuters