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    Após pior semana da bolsa na pandemia, é hora de vender? Veja o que fazer

    Com a bolsa em queda e os juros em alta, especialistas avaliam que o momento é de cautela e de não vender ativos "na emoção do momento"

    Porquinho;cofre;dinheiro
    Porquinho;cofre;dinheiro Saif Ahmed/Pixabay

    Fabrício JuliãoLigia Tuondo CNN Brasil Business São Paulo

    As recentes sinalizações do governo de mudança na política fiscal jogaram uma dose extra de incerteza no mercado, que viveu na semana passada o pior período desde o começo da pandemia.

    O quadro tende a confundir até os investidores mais experientes. Para além da pergunta “arriscar ou ser mais conservador?”, a questão que pode estar tirando o sono dos novatos é: “O que fazer com as ações que eu já tenho na carteira?”

    Vender tudo e deixar o caos para trás pode ser tentador, mas talvez não seja melhor ideia, segundo especialistas ouvidos pelo CNN Brasil Business.

    “Se você ainda não tem dinheiro na bolsa, é vantajoso focar na renda fixa. Mas se já está operando, não tire seus investimentos agora”, diz Alexandre Espírito Santo, economista-chefe da Órama e professor da Ibmec (RJ).

    Em outras palavras: segure a emoção.

    “Evitar mudanças drásticas de cunho emocional nesse momento de crise é o primeiro passo”, diz Álvaro Bandeira, economista-chefe do Modalmais.

    A avaliação geral é que as decisões mais recentes do governo já estão precificadas. Portanto, caso o cenário não volte a surpreender, o estresse visto nos ativos tende a entrar num equilíbrio agora.

    “O mercado já entendeu que estamos passando por uma alteração no regime fiscal”, disse o economista-chefe da RPS Capital, Gabriel Barros, à CNN. “O que o mercado não precificou é o tamanho do furo”.

    “Uma vez precificado, o mercado cai, mas depois volta. Mas só volta se não tiver nova contradição”, diz André Perfeito, economista-chefe da corretora Necton.

    Um movimento de alívio já começou na abertura desta semana. Nesta-segunda-feira, a bolsa passou o dia no azul, com altas de quase 3%. Já o dólar, caía mais de 1%.

    Gosta de risco? A hora é agora

    Para os investidores com perfil mais agressivo, o momento é oportuno para “pechinchas”, destaca Alexandre Espirito Santo. “A nossa bolsa está relativamente barata, por isso, não creio que seja interessante vender nesse nível”, diz.

    Para essas pessoas, o economista entende que pode ser o momento de arriscar um pouco e diversificar cerca de 5% ou 10% da poupança em fundos de ações, por exemplo, ou apostar em empresas que se prepararam mais durante a pandemia e apresentam bons resultados.

    Pedro Lang, chefe de renda variável da Valor Investimentos, acredita que a diversificação em ativos não correlacionados é uma boa estratégia para o momento.

    “Diversificar regionalmente é uma boa opção, como investir em outros países. Com BDR, isso se torna bem fácil”, afirma.

    BDR é a sigla em inglês para “Recibo Depositário Brasileiro”. Disponível para pessoas físicas no Brasil há um ano, essa modalidade permite investir em ações de empresas estrangeiras e pode ser uma saída para quem quer fugir da turbulência no cenário doméstico.

    O economista também aposta na diversificação em empresas que se beneficiam de situações adversas, como é o caso de seguradoras, exportadoras e até mesmo bancos.