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    Após adiamento e pressão, Congresso retoma comissão da reforma tributária

    Colegiado cancelou reunião que aconteceria na quinta alegando problemas técnicos, mas CNN apurou que adiamento foi decidido por Davi Alcolumbre

    Larissa Rodrigues, da CNN, em Brasília

    Senadores e deputados membros da comissão mista da Reforma Tributária se reuniram remotamente, na tarde desta sexta-feira (31), para reinstalar o colegiado, que não se reunia desde o início da pandemia do novo coronavírus. 

    “Ontem (quinta) tivemos problemas técnicos, mas para acalmar o mercado financeiro fizemos essa reunião hoje. Estamos firmes nessa agenda, estamos focados nisso”, afirmou o presidente da comissão, senador Roberto Rocha (PSDB-MA).

    Inicialmente, a volta dos trabalhos da comissão estava marcada para a tarde de quinta (30), porém o encontro foi cancelado sob a alegação de problemas técnicos. A CNN apurou, no entanto, que o presidente do Senado Davi Alcolumbre (DEM-AP) trabalhou pelo adiamento a pedido do Palácio do Planalto.

    O presidente do Congresso cedeu após pressão de deputados. Já eram 22h de quinta quando o senador Roberto Rocha convocou a reunião desta sexta-feira. Nesta tarde, durante cerca de duas horas, os parlamentares apenas discursaram sobre a importância de se fazer uma reforma tributária no Brasil.

    A oposição voltou a criticar a possibilidade de recriar um imposto sobre transações digitais, aos moldes da antiga CPMF. Por outro lado, os deputados e senadores mais alinhados ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) argumentaram que a discussão está apenas começando e que vários economistas ainda serão ouvidos em busca de um consenso.

    Antes de o fim do encontro, o relator da reforma tributária, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), reafirmou que pretende juntar os textos já apresentados na Câmara e Senado com aqueles enviados pelo Executivo.

    “Não estamos fazendo reforma para setores ou entes federados, mas para o Brasil, que precisa enxergar sua concentração de renda e desigualdade social enorme. A reforma precisa ser encarada como um instrumento de transformação”, completou.

    Governo

    Na semana passada, o ministro da Economia, Paulo Guedes, entregou ao Congresso o primeiro texto do pacote de reforma tributária do governo Bolsonaro, que trata da unificação de tributos sobre bens e serviços. 

    Esse é o aspecto da reforma em que há maior alinhamento entre governo e Congresso, segundo o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). 

    “Não é divergência entre as propostas. A PEC 45, a PEC 110 e o projeto de lei do governo tratam do mesmo assunto. Com o mesmo objetivo, a construção do imposto que mude a tributação no sentido de um IVA [Imposto sobre Valor Agregado, modalidade de tributação de bens e serviços]”, afirmou ontem, em entrevista exclusiva à CNN.

    A diferença entre as propostas é que o projeto do governo unificaria apenas os tributos federais, enquanto os textos em tramitação no Congresso avançam também sobre impostos cobrados por estados e municípios.

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    A expectativa agora é que o Palácio do Planalto envie a segunda parte da proposta de reforma em agosto e que seja um projeto que preveja a criação do citado imposto sobre transações digitais, que poderia ser criado para financiar a desoneração das folhas salariais e programas de renda mínima.

     “Imposto digital ou é CPMF ou é valor adicionado ao IVA. Não tem muito mistério: É mais carga para a sociedade brasileira pagar”, criticou Maia à CNN.

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