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    Apesar do nome, Carlos Wizard é acionista da concorrente Wise Up

    Escola Wizard foi vendida para um grupo estrangeiro em 2014, mas não deixou de usar sobrenome do empresário

    Wesley Santana, colaboração para o CNN Brasil Business*

     

    Carlos Wizard
    Carlos Wizard
    Foto: Miguel Schincariol/AFP via Getty Images

     

    Um fato curioso na história de Carlos Martins Wizard, que está sendo ouvido pela CPI da Pandemia nesta quarta-feira (30), é que a escola de idiomas que leva seu nome não faz mais parte de seu ativo financeiro, mas o grupo concorrente, sim. 

    Em 2014, a família Wizard vendeu a empresa, fundada em 1987, para o grupo britânico de educação Pearson, em um acordo avaliado em quase R$ 2 bilhões, conforme noticiou a imprensa na época.

     

    Depois do negócio, a escola de idiomas não quis deixar de usar o nome, já amplamente conhecido no mercado, e complementou com a marca-mãe, passando a adotar “Wizard by Pearson”.

    Mas a presença de Carlos Martins no ensino de línguas não acabou. Anos mais tarde, o empresário voltou ao ramo da educação, mas, dessa vez, na concorrência. Em 2017, ele comprou 35% da escola WiseUp por um valor estimado de R$ 200 milhões.

    Com isso, além de acionista, Carlos também passou a ter uma cadeira no conselho da empresa, criada em 1995 pelo empresário Flávio Augusto. Hoje já são centenas de unidades espalhadas pelo Brasil.

    Atualmente, a família Martins se dedica a negócios em diversas áreas, por meio da Sforza Holding. No ramo alimentício, além do Taco Bell, que trouxe ao Brasil em 2016, também estão sob gestão da Sforza o licenciamento de KFC e Pizza Hut.

    Carlos e seus filhos ainda são responsáveis pela Mundo Verde, uma varejista de produtos naturais, e pelas operações brasileiras das esportivas Topper e Rainha.

    Nome gera incômodo

    Por ter sido apontado como integrante de um suposto “gabinete paralelo” de aconselhamento ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no enfrentamento à pandemia de Covid-19, Carlos Wizard foi incluído na lista de investigados pela Comissão do Senado.

    Por isso, a escola de idiomas da qual já foi dono, emitiu uma nota esclarecendo que o empresário investigado não tem mais vínculo com a instituição. “Apesar de continuar usando a palavra ‘Wizard’ em seu nome, hoje o empresário Carlos Martins é concorrente da marca”, diz a empresa.

    A escola ainda aproveitou para falar sobre o seu posicionamento frente à pandemia e disse ser “a favor da ciência” e de seguir todas as medidas sanitárias em suas unidades para conter a propagação do novo coronavírus.

    No início da pandemia, Wizard passou a atuar como conselheiro no Ministério da Saúde. A convite do então ministro da Saúde Eduardo Pazuello, o bilionário chegou a ser cotado para assumir a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos em junho de 2020.

    (Com Estadão Conteúdo)