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    ‘Apertamentos’: Vitacon aposta em estúdios e moradia por assinatura na pandemia

    Para a incorporadora, boa parte da população tem um orçamento apertado e essa realidade de busca por espaços maiores ficará mais restrita aos mais endinheirados

    André Jankavski, , do CNN Brasil Business, em São Paulo

    As pessoas estão mais em casa, seja em momentos de trabalho ou lazer, mas não por vontade própria. E apesar dos avanços no desenvolvimento de vacinas (como o ainda nebuloso medicamento russo), ainda não há previsão de quando a vida voltará de fato ao normal – e se voltará. Com isso, mais pessoas começaram a olhar para o ambiente em que vivem e fazer melhorias, além de procurar por espaços maiores.

    Mas isso não é uma regra, segundo Alexandre Lafer Frankel, CEO da incorporadora Vitacon e da plataforma de gestão de imóveis Housi. Para ele, boa parte da população tem um orçamento apertado e essa realidade de busca por espaços maiores ficará mais restrita aos mais endinheirados.

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    Parte da classe média, portanto, buscará imóveis mais bem localizados, nem que sejam menores. Mais do que isso: empreendimentos com áreas comuns com diversas facilidades, como lavanderia e espaços de convivência.

    Por isso, a Vitacon manteve os seus planos de lançamento para 2020: 75% deles são apartamentos com até 30 metros quadrados, e 25%, destinados às famílias, com até 60 metros quadrados.

     O Valor Geral de Vendas (VGV) para 2020, no entanto, teve uma redução de 10% da meta inicial, para R$ 1,8 bilhão.

    Moradia por assinatura

    Porém, uma grande aposta da empresa é a forma como os imóveis serão negociados. Segundo Frankel, será cada vez mais comum aqueles que buscam apartamentos por assinatura, ao melhor estilo Airbnb.

    Quer dizer: você assina e cancela o contrato de aluguel quando quiser e da forma que achar mais conveniente – pelo celular ou pela internet, por exemplo.

    Então, é uma maneira de se livrar das burocracias como a de encontrar um fiador, pagar seguro fiança ou ir a um cartório para registrar dezenas de assinaturas.

    E a Housi entra no centro dessa estratégia. Afinal, esse “spin-off” da Vitacon nasceu como uma forma de administrar imóveis nas mais diversas regiões em um só lugar. A empresa hoje tem R$ 4 bilhões de ativos sob gestão em nove capitais e mais de 40 incorporadoras – uma delas, claro, é a própria Vitacon, que já possui menos de 20% da carteira de imóveis dentro da Housi.

    Segundo Frankel, esse tipo de serviço só cresceu durante a pandemia. Porém houve uma mudança no perfil das pessoas. Antigamente, pela facilidade, executivos e executivas na faixa entre 25 e 40 anos dominavam as locações. A demanda por tempo de locação era de 30 a 90 dias. 

    “Hoje, já temos um público família e mais sênior. Antes, era dominado por pessoas que moravam distante do trabalho e precisavam de um lugar mais próximo”, diz Frankel.

    O negócio, inclusive, começou a atrair a atenção de investidores. Em novembro de 2019, a Housi, que sequer tinha um ano de existência, recebeu um aporte de R$ 50 milhões do fundo Redpoint Eventures. Desde então, de acordo com Frankel, a Housi anda sozinha da Vitacon – apesar de o executivo acumular o cargo de CEO das duas operações.

    Investidores de olho em imóveis

    O interesse por imóveis tem sido alto nos últimos meses, mesmo com a pandemia. Uma das explicações é o juro nas mínimas históricas, que barateia a tomada de crédito, especialmente aqueles de longo prazo.

    Em São Paulo, por exemplo, já houve uma recuperação das vendas em junho, que estão voltando aos níveis pré-pandemia, segundo o Sindicato da Habitação (Secovi-SP).

    O perfil dos compradores de imóveis da Vitacon é de investidores do setor imobiliário. De acordo com Franke, 90% das vendas é para um público desse perfil. “As pessoas estão migrando para o mercado imobiliário como diversificação e sinto que vai ser um ano brilhante para o investimento”, diz ele.

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