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    Alemanha e França propõem fundo de recuperação de 500 bilhões de euros para UE

    Investimento seria usado para ajudar os países e as indústrias mais afetadas pela pandemia na União Europeia

    Da CNN

     
    A França e a Alemanha divulgaram, nesta segunda-feira (18), uma proposta de recuperação econômica que envolve a criação de um fundo de 500 bilhões de euros, que seria usado para ajudar os países e as indústrias mais afetadas pela pandemia na União Europeia.

    A proposta foi divulgada após uma reunião por videoconferência entre a chanceler alemã Angela Merkel e o presidente francês Emmanuel Macron.

    Merkel afirmou que a crise ameaça a coesão da União Europeia, e que a iniciativa das duas principais economias da Europa tem como objetivo ajudar a alcançar um consenso entre os 27 estados membros da UE.

    “Para apoiar uma recuperação sustentável que restaure e melhore o crescimento na UE, a Alemanha e a França apoiam um fundo de recuperação ambicioso, temporário e direcionado”, disse Merkel em entrevista coletiva online.

    A capacidade da Europa de se recuperar do pior choque econômico que se viu desde a Grande Depressão foi prejudicada pela reabertura de velhas feridas políticas.

    As divisões entre os países membros retardaram o avanço de um fundo de recuperação que a Comissão Europeia esperava que pudesse arrecadar pelo menos 1 trilhão de euros para reconstruir as economias regionais.

    Charles Michel, presidente do Conselho Europeu de líderes nacionais da UE, havia pedido que o pacote estivesse operando até 1º de junho. Mas em 6 de maio a Comissão falhou em finalizar sua proposta.

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    As diferenças sobre se o fundo deve conceder empréstimos ou doações aos países mais atingidos, como Itália e Espanha, pararam as negociações. As subvenções, ou transferências diretas de dinheiro, implicariam um grau de compartilhamento de dívida que países como Holanda, Áustria e Alemanha resistem há muito tempo.

    Mas Merkel e Macron confirmaram que, sob sua proposta, a Comissão Europeia emprestaria dinheiro para impulsionar a economia da UE e canalizaria os recursos via orçamento para as regiões e setores mais atingidos.

    Macron afirmou que o fundo de recuperação vai contar com o apoio do Banco Central Europeu. Embora o fundo deva ser reembolsado ao longo do tempo, esse ônus não recairá apenas sobre aqueles que mais precisam de ajuda.

    “Esses 500 bilhões de euros terão que ser pagos”, disse Macron, mas “não pelos beneficiários”, acrescentou.

    A economia da União Europeia encolherá um recorde de 7,5% este ano, alertou a Comissão Europeia no início deste mês, e a queda pode ser ainda mais acentuada nos 19 países que usam o euro como moeda.

    Trata-se de um declínio muito mais acentuado do que a região sofreu após a crise financeira global de 2008 e uma perspectiva mais pessimista do que a prevista pelo Fundo Monetário Internacional em abril.

    Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, saudou a “proposta construtiva feita pela França e pela Alemanha”.

    O Presidente do Conselho da UE, Charles Michel, chamou de “um passo na direção certa” para a UE. “Congratulo-me com os esforços da Alemanha e da França para encontrar um terreno comum no fundo de recuperação”, tuitou Michel. “Chamo todos os 27 estados membros a trabalhar com espírito de compromisso assim que a Comissão Europeia apresentar uma proposta”, completou.

    Líderes do bloco europeu já assinaram medidas de resgate imediatas no valor de pelo menos 500 bilhões de euros, em pacotes que incluem subsídios salariais destinados a evitar demissões em massa e empréstimos a empresas.

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