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    Ainda veremos aumento no preço do arroz, afirma secretário de São Paulo

    Gustavo Junqueira disse que preços devem seguir em elevação até janeiro de 2021

    O secretário estadual de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, Gustavo Junqueira, afirmou à CNN, nesta sexta-feira (11), que preços devem seguir altos até 2021. O pacote de 5 kg de arroz chegou a ser vendido por R$ 53 no estado.

    “O preço do arroz, em média, tem ficado em R$ 20, no monitoramento da secretaria. Isso é mais ou menos, numa dieta balanceada, R$ 0,50 por prato de arroz, por dia, para o cidadão comum. Ainda veremos algum aumento nesse preço, deve subir ainda para R$ 25 a algo como isso, dependendo do tempo das importações. E logo, a partir de janeiro, é que teremos a safra brasileira, então o governo vai ter que administrar bem esse período daqui até o final do ano”, disse ele.

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    O secretário de Agricultura e Abastecimento do estado de SP, Gustavo Junqueira
    O secretário de Agricultura e Abastecimento do estado de São Paulo, Gustavo Junqueira, fala à CNN
    Foto: CNN (11.set.2020)

    Junqueira defendeu que “a importação deve ser administrada, mas com critério”. “Isso porque se há uma importação muito grande, você desestimula o produtor brasileiro a aumentar sua área plantada e a gente acaba criando uma dependência dos mercados internacionais por uma gestão equivocada do controle de estoques e de oferta”, avaliou. “O que não dá para fazer é achar que tabelando os preços, vamos resolver o problema do aumento ou da diminuição da oferta”, considerou.

    As declarações foram feitas após a reunião realizada entre o Procon de São Paulo, a Secretaria da Agricultura e Abastecimento de São Paulo e representantes de supermercados e agricultores com objetivo de discutir os preços de itens da alimentação básica como carne, leite, ovos, arroz, feijão e óleo.

    Segundo Junqueira, na reunião foi deixado claro que “o agronegócio brasileiro é o setor mais privado que temos”. “É uma âncora liberal dentro da economia brasileira, e os efeitos de mercado, seja o doméstico ou o internacional, acabam afetando tanto o preço quanto a demanda e oferta”, afirmou.

    “O caso do arroz é típico. Vinha com perda de margem por parte dos produtores ao longo de alguns anos, reduziu-se a área plantada e houve a pandemia, com um choque de demanda –  em parte no mercado doméstico, porque houve injeção de capital muito forte por parte do governo e, consequentemente uma demanda maior por alimentos”, disse.

    Por outro lado, ele analisa que, no mercado externo, “o produto ficou muito interessante para que outros países pudessem comprar”. “Então exportamos mais e produzimos menos. Agora essas forças de mercado vão agir e, a partir daí, buscaremos o equilíbrio”, concluiu.

    Saco de arroz a R$ 53

    O presidente da Fundação Procon-SP, Fernando Capez, disse em entrevista coletiva virtual que eles encontraram o pacote de 5 kg do grão, que gira em torno de R$ 18 a R$ 20, sendo vendido a R$ 53. Ele considerou o preço como “abusivo e até ridículo”.

    A decisão de blitz foi informada em uma reunião realizada com representantes do setor de supermercados e da Secretaria Estadual de Agricultura. Representantes do setor granjeiro afirmaram na conversa que os preços de ovos e frango não devem ser impactados pela alta.

    O Procon-SP ainda pediu para que consumidores ajudem enviando fotos de preços abusivos de arroz e outros itens com a indicação do lugar para as redes sociais do órgão.

    (Com informações de Pedro Duran, da CNN, em São Paulo)