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    Se MP da Eletrobras for aprovada, capitalização deve ocorrer só em 2022

    Essa é a previsão do Banco Genial, que foi selecionado para determinar o valor da capitalização da companhia

    Matheus Prado, , do CNN Brasil Business, em São Paulo

    Antes mesmo de a Medida Provisória que trata da desestatização da Eletrobras ter sido aprovada pelo Senado, na última quinta-feira, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) já estava contratando consultores para a elaboração de estudos sobre a precificação da companhia e execução de três serviços técnicos especializados e necessários ao trâmite.

    Uma das empresas é o Banco Genial, que ficou responsável pelo serviço de due diligence contábil-patrimonial, necessário no âmbito da avaliação da empresa. Também ficou a cargo da instituição o relatório de premissas a serem utilizadas nas avaliações econômico-financeiras, além de uma segunda avaliação econômico-financeira. 

    A instituição já havia participado dos processos de desestatização da Companhia Energética de Brasília (CEB) e do negócio de distribuição da CEEE, no Rio Grande do Sul. 

    “Estamos vindo de um histórico recente de reformas importantes, e a desestatização da Eletrobras vai ser fantástica, estamos bem animados. Então, se a MP caducar, imagino que ocorrerá um jogo político para tentar aproximar as partes novamente”, diz André Schwartz, CEO do banco, à Thais Herédia, antes da votação no Senado.

    Para explicar: a Câmara tem até o dia 22 para analisar as mudanças feitas pelos senadores, quando perde a validade.

    “Mas considero que existe uma mentalidade dos partidos no sentido de buscar essa acomodação dos interesses até o dia 22. Acredito fortemente que isso vai acontecer. Os senadores vão eventualmente negociar e, quando aprovado, volta para a Câmara, que está pronta para votar e aprovar a medida.”

    Com o texto aprovado, Schwartz afirma que começa um período de “oito ou nove meses de trabalho árduo” para concluir o serviço no primeiro trimestre de 2022. É bom pontuar que existe uma preocupação por parte da oposição em relação a uma venda “barata” da estatal. O executivo diz, no entanto, que ainda é cedo para falar de valores. 

    “O Wilson Ferreira Júnior (ex-presidente da estatal) teve uma condução exemplar da Eletrobras nos últimos anos. Ele saiu, mas seu time permanece na companhia, realizando um trabalho de criação e destravamento de valor que será eventualmente coroado na negociação do ativo”, diz.

    “Mas sobre o aspecto preço, ainda tem alguns pontos na MP que estão em discussão e eventualmente podem cair, a própria MP pode caducar. O nosso trabalho é justamente para dar o preço, então prometo que daqui há alguns meses estaremos à disposição para falar de aspectos mais técnicos. Por ora ainda está muito prematuro.”

    Outros serviços

    Caso as expectativas se confirmem, o Banco Genial deve prestar outro serviço que contempla aspectos financeiros e jurídicos. Isso é importante, uma vez que, se a MP for aprovada, a Eletrobras passará por reorganização societária. Logo, precisará de uma remodelagem dos negócios.

    “Isso inclui, por exemplo, a avaliação de Itaipu e da Eletrobras Eletronuclear. A questão jurídica também será super importante, já que a empresa também negocia suas ações em Wall Street e na bolsa de Madri“, diz.

    “Então, na realidade, você tem todo um aspecto, não apenas financeiro, que engloba liquidez, engloba outros agentes econômicos, mas também a questão jurídica super relevante e aí, naturalmente, o processo jurídico contemplará todas essas praças também.”

    Ele afirma ainda que o modelo pensado inicialmente é de capitalização, mas que existe a possibilidade da União disponibilizar uma oferta secundária de ativos durante o processo. Caso isso ocorra, o trâmite também será liderado pelo Genial. Depois disso, aí, sim, ocorre a formação da oferta.

    Eletrobras
    Foto: Divulgação

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