Fast food brasileiro de waffles quer concorrer com McDonald’s e BK
Com 54 unidades e previsão para chegar a 100 até o fim do ano, a The Waffle King acredita que pode bater de frente com duas das maiores empresas do mundo
Waffles não são comuns no Brasil. Conhecemos pelos filmes e séries produzidos, principalmente, nos Estados Unidos. Mas um empresário está empenhado em fazer os waffles mais brasileiros do que nunca. Para isto, Anderson Suriz criou uma rede de fast food especializada nos alimentos famosos na cultura pop.
O administrador fez uma viagem para Barcelona em 2018 e se encantou com o doce que comeu lá. Quando voltou de seu passeio pela Europa, decidiu abrir a The Waffle King.
Em operação desde junho do ano passado, a empresa se apresenta como uma desafiante do McDonald’s e do Burger King. “Qualquer negócio precisa de um nicho e poucos conseguem impactar todos os públicos. Fomos muito assertivos nisto, assim como o McDonald’s”, afirma Suriz, CEO da rede, em entrevista ao CNN Brasil Business.
Quem vai a uma loja da The Waffle King encontra, claro waffles. Mas Suriz alerta: “esqueça waffles borrachudos e murchos”. São opções doces e salgadas, inspiradas na receita original da Bélgica. Além das massas, a marca oferece 15 complementos para acompanhar o prato. O carro chefe é o Big Belga, que tem dois waffles, sorvete, chocolate e pesa 430 gramas. “É bonito, instagramável e gostoso.”
Mas não é só de waffle que vive a empresa de Anderson Suriz. A rede de fast food também tem no cardápio pizza, sorvetes, milkshakes e chocolates de marca própria.
Ainda não é um BK ou um “Méqui” da vida, mas a The Waffle King vem crescendo muito a partir do modelo de franquias. Já são nove lojas em operação — uma própria e oito de franqueados — e outras 45 franquias em implantação. As unidades que já estão de portas abertas estão em São Paulo, Ceará, Paraná e Rio Grande do Sul. As que ainda serão implantadas vão atender outros 10 estados e o Distrito Federal.
A empresa espera fechar 2021 com 100 operações vendidas (não necessariamente em funcionamento), mas “isto deve acontecer antes do previsto”, prevê Suriz. A meta para o ano que vem é abrir 20 franquias por mês. Neste ritmo, esta seria a maior operação de waffles do mundo em dez anos, segundo o empresário.
“Nasceu grande”
O dono dos planos ambiciosos afirma que a empresa pode alcançar seus objetivos de crescimento porque já “nasceu grande”. Por trás dos restaurantes, está uma indústria própria para fabricar os equipamentos e outra planta para produzir o que vai no prato do cliente.
Além disto, a The Waffle King é respaldada por muito estudo. Depois que teve a ideia do negócio, Suriz passou dois anos pesquisando sobre waffles até poder dizer que é “uma das pessoas que mais conhece waffles no mundo”.
O conceito das lojas foi projetado por um escritório de arquitetura em Verona, na Itália. O investimento fez parte dos R$ 5 milhões que Suriz colocou do próprio bolso na nova empresa, após vender participação em outras quatro para começar a rede.
A ideia de contratar um escritório italiano é que a loja possa ser replicada em qualquer lugar do mundo.
O CEO acredita que há espaço para a The Waffle King nos Estados Unidos, o primeiro da lista, e na Europa. “Vamos organizara a casa e abrir lá nos próximos anos. Estamos estudando várias formas de entrada, como franquias, lojas próprias ou licenciamento”, conta Suriz.
A chave para o sucesso internacional é, segundo ele, a padronização dos produtos, que é um dos fundamentos do fast food. Mais uma vez, o objetivo de expansão internacional aparece na conversa: “com a padronização, conseguimos replicar nosso modelo em qualquer lugar do mundo”.
Crescimento por franquias
Enquanto a The Waffle King não ganha o mundo, vai avançando pelo Brasil. E o modelo escolhido para expandir foi o de franquias.
O investimento inicial para abrir uma franquia da rede começa em R$ 158 mil e chega a R$ 350 mil. O retorno esperado aparece depois de 18 a 24 meses.
Com os consumidores gastando em média R$ 35 a cada visita às lojas da The Waffle King, os franqueados conseguem um faturamento médio de R$ 50 mil por mês. A taxa de crescimento das franquias, no primeiro ano de operação, chegou a 30%.
A empresa quer chegar a todos os estados brasileiros, mas o Sudeste vai concentrar de 60% a 70% da operação.
A prioridade é abrir franquias em cidades com mais de 100 mil habitantes. Cidades turísticas com uma população menor podem entrar no mapa da empresa, que deve ser cada vez mais abrangente nos próximos anos.