Acordo com MG não impacta Vale e permite maior foco em produção, diz Fitch
O acordo, que encerra ações judiciais coletivas relacionadas a danos socioeconômicos e socioambientais, prevê 37,69 bilhões de reais em projetos
Acordo homologado nesta quinta-feira entre Vale e autoridades para reparações de danos causados pelo rompimento de barragem em Brumadinho (MG) deve permitir que a empresa aumente seu foco na melhoria da produção em 2021, disse a agência de classificação de risco Fitch, que manteve o rating da mineradora.
O acordo, que encerra ações judiciais coletivas relacionadas a danos socioeconômicos e socioambientais, prevê 37,69 bilhões de reais em projetos, dando celeridade às compensações pelo colapso da estrutura, que deixou cerca de 270 mortos.
Após o entendimento, a Vale informou que reconhecerá uma despesa adicional de 19,8 bilhões em seu resultado de 2020.
“Positivamente, o plano do acordo estabelece as diretrizes e a governança para execução do plano de reparação socioambiental da Vale. Isso deve permitir que a empresa aumente seu foco na melhoria da produção durante 2021”, afirmou a agência.
Em dezembro, a mineradora projetou que a produção de minério de ferro fique entre 315 milhões e 335 milhões de toneladas em 2021.
A Fitch estima que a Vale gerou cerca de 22 bilhões de dólares de Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) durante 2020. Ao fim do terceiro trimestre, a Vale tinha 9 bilhões de dólares em caixa e 13 bilhões de dólares em dívida total, pontuou.
“A Vale está se beneficiando dos preços elevados do minério de ferro e do cobre devido aos níveis recordes de produção de aço na China, grandes quantidades de estímulos fiscais e monetários e interrupções no fornecimento”, afirmou a Fitch, em nota.
A Fitch projetou que a Vale gerará cerca de 28 bilhões de dólares em Ebitda durante 2021, usando uma hipótese considerada por ela como “conservadora”, de preço de minério de ferro a 115 dólares/tonelada.
“Isso resultaria em cerca de 15 bilhões de dólares de fluxo de caixa livre antes de dividendos e pagamentos de indenizações.”