Ação do GPA dispara com possível cisão do Assaí, que pode valer R$ 16,6 bilhões
Banco Safra calcula que o atacarejo — que pode ter papéis negociados na B3 e na bolsa de Nova York — terá lucro líquido de R$ 1,04 bilhão em 2021
Os investidores parecem ter aprovado a proposta do Grupo Pão de Açúcar de separar a operação do Assaí e fazer a abertura de capital do atacarejo. As ações da companhia subiram 15,3% na quinta-feira (10).
O GPA anunciou na quarta que seu conselho de administração autorizou estudo para a cisão e a preparação da companhia para listagem na B3. De acordo com fato relevante, a cisão será precedida da transferência da participação hoje detida pela Assaí na Almacenes Éxito para o GPA.
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A varejista afirmou ainda que a transação permitirá que cada negócio tenha acesso direto ao mercado de capitais e a outras fontes de financiamento. A Assaí vai buscar listagem no Novo Mercado da B3 e de ADRs na bolsa de Nova York (Nyse).
Segundo Guilherme Assis e Felipe Reboredo, analistas do Banco Safra, a valorização das ações do Pão de Açúcar (PCAR3) é natural, já que os investidores podem estar antecipando uma posição no Assaí. “No entanto, acreditamos que o desempenho de longo prazo das ações dependerá da revelação das próximas etapas”, escrevem em relatório.
Os especialistas estimam que o lucro do Assaí em 2021 deve ser de R$ 1,04 bilhão e que o valor de mercado do Assaí seria de R$ 16,6 bilhões. “Se o Assai atingir essa avaliação, valeria praticamente o valor total do PCAR3 hoje. Além disso, acreditamos que com a cisão o processo de conversão das lojas Extra Hiper em Assaí deverá terminar”, escreveram os analistas.
Mas o que acontecerá com os ativos restantes? Como uma operação autônoma, os ativos de varejo do GPA serão colocados em destaque. “Até agora, o desempenho abaixo da média da bandeira Extra estava puxando para baixo o valuation da empresa. A principal dúvida é se o acionista controlador Casino colocará à venda a bandeira premium Pão de Açúcar e as operações da Exito fora do Brasil, fechando ou descartando as mais problemáticas bandeiras Extra Hipermercado e Supermercado”, afirmam.
Com Reuters
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