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    ‘A água está fervendo’ para o ‘sapo’ Paulo Guedes, alerta Schwarstman

    Ex-diretor do BC compara a situação do atual ministro da Economia à metáfora do sapo que é cozido sem se dar conta, até que seja tarde demais

    A saída do ministro Paulo Guedes do governo é uma possibilidade que precisa ser contemplada, avalia o economista Alexandre Schwartsman, ex-diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central (BC).

    Schwartsman disse não acreditar que a saída do ministro da Economia aconteça no prazo curto. O economista fez, porém, um paralelo da situação de Guedes da Economia com a metáfora do sapo na panela que não percebe a água esquentar até ferver e morrer. “O ministro está fazendo o papel do sapo e a água está fervendo”, disse Schwartsman ao participar de debate na Jovem Pan.

    Nesta semana, Guedes perdeu dois de seus secretários especiais, Salim Mattar e Paulo Uebel, que saíram se queixando da falta de vontade política para as privatizações e a reforma administrativa, respectivamente.

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    Na quinta, o presidente Jair Bolsonaro relativizou a importância do respeito ao Teto de Gastos, mecanismo defendido por Guedes e por economistas como instrumento que permitiu ao país reduzir a taxa básica de juros para o menos patamar da história mesmo em um ambiente de grave recessão.

    A agenda do ministro da Economia, frisou o ex-diretor do BC, não é a mesma do presidente. “O ministro Paulo Guedes está sendo desidratado a cada dia. O programa apresentado na eleição não era um programa para valer. Como ministro é pessoa inteligente, acho que percebeu isso”, comentou.

    Segundo o economista, a prioridade do presidente Jair Bolsonaro não tem nada a ver com ajuste fiscal, teto dos gastos ou desestatização, mas sim garantir a reeleição e ele sentiu o “gostinho” da popularidade ao liberar o auxílio emergencial na pandemia.

    “Eu gasto mais e a minha chance de reeleição aumenta e tem um ministro chato que quer impedir isso”, observou Schwartsman, acrescentando que a maior consequência de não reequilibrar as contas públicas será uma reversão total do quadro atual de inflação baixa.

    Ao lembrar o papel do presidente no debate da reforma da Previdência, principal medida econômica aprovada até agora no mandato, Schwartsman lembrou que Bolsonaro pediu mais desculpas pela mudança nas regras das aposentadorias do que pela tragédia do coronavírus.

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