Marcado por divisões, debate em BH deve colocar “aliados” em rota de colisão
Rachas entre candidatos prometem elevar embates entre políticos de espectros ideológicos similares
Marcada por divisões entre candidatos à esquerda e à direita do espectro político, a disputa pela prefeitura de Belo Horizonte (MG) promete ser uma das mais interessantes do país.
Segundo pesquisa Quaest de junho, com alianças importantes, o apresentador Mauro Tramonte (Republicanos) lidera a corrida seguido por seis candidatos, todos muito próximos.
Ele aparece vitorioso em todos os cenários de segundo turno em que teve seu nome testado.
Atual prefeito, Fuad Noman (PSD), deve estruturar sua estratégia trazendo suas realizações durante os dois anos de mandato.
Ele enfrenta a curiosa resistência de Kalil, cabeça de chapa da dupla eleita em 2020. Noman era vice de Kalil, que deixou o cargo em 2022 para correr ao governo de Minas Gerais. Por óbvio, Kalil apoia a candidatura de Tramonte, o mesmo candidato apoiado por seu adversário Zema — e virou alvo de críticas.
Ministro de Minas e Energia do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Alexandre Silveira — presidente licenciado do PSD mineiro — elevou o tom contra Alexandre Kalil, que migrou do partido para o Republicanos. “O PSD é um partido que fez tudo pelo prefeito Kalil, se ele cultivasse na alma dele o sentimento mais nobre da gratidão, não teria virado as costas nesse momento ao prefeito e ao partido”, afirmou Silveira.
Com apoio do governador Romeu Zema (Novo), durante o debate da Band, que acontece nesta quinta-feira (8), Mauro Tramonte deve ser alvo principal dos adversários — e foco principal de Bruno Engler (PL), com quem disputa os votos de um contingente eleitoral mais conservador.
O governador foi criticado por figuras próximas ao bolsonarismo, como o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (PL), por não apoiar o candidato do PL, o deputado estadual Bruno Engler, no pleito da capital mineira — o que deve ser utilizado pelos adversários durante o debate.
Outro embate que promete marcar o debate da Band envolve o campo da esquerda. Com uma chapa forte formada por Rede, PSOL, PCdoB, PV e PCB, o candidato do PT, o deputado Rogério Correia, tentou costurar o apoio da também deputada Duda Salabert (PDT).
Os dois não abriram mão da cabeça de chapa e a aliança não vingou. À frente de Correia nas pesquisas, a campanha de Duda entende que tem mais chances de figurar em um segundo turno do que o petista.
Também participarão do debate o senador Carlos Viana (Podemos) e Gabriel Azevedo (MDB), atual presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte.