Análise: Quando o mercado de trabalho vira um problema?
Lula e seu governo terão que encarar uma situação em que o mercado de trabalho aquecido pode virar um problema
O mercado de trabalho brasileiro acumula recordes. Pela quantidade de trabalhadores empregados, seja com carteira assinada, informais, no setor privado ou no setor público — todos os números estão hoje no maior patamar da história da estatística atual.
A renda total dos trabalhadores também alcançou valores inéditos, ultrapassando os R$ 360 bilhões.
Os economistas debatem se já estamos em pleno emprego, situação em que quem está apto e procura uma vaga, encontra.
Muita gente empregada e salários em alta são conquistas que qualquer governo comemora. O problema são as consequências, que sempre vêm depois.
A inflação é o efeito mais conhecido e temido desse cenário.
O Banco Central avisou que, nesse ritmo, o mercado de trabalho ameaça e agiu, começando um novo ciclo de alta de juros e alertando que a economia cresce acima da sua capacidade.
Quem garante a perenidade dessa equação de mais emprego, mais renda e mais PIB não é o gasto público crescente, que, aliás, estimula o efeito negativo.
É a produtividade, que até cresceu um pouco depois da pandemia, mas está muito longe do necessário. E, para melhorar a produtividade, não há mágica nem milagre.
Lula e seu governo terão que encarar uma situação em que o mercado de trabalho aquecido pode virar um problema.