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    Thais Herédia
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    Thais Herédia

    Passou pelos principais canais de jornalismo do país. Foi assessora de imprensa do Banco Central e do Grupo Carrefour. Eleita em 2023 a Jornalista Mais Admirada na categoria Economia do Jornalistas & Cia.

    Empresários não foram contaminados pela crise, diz presidente da Câmara Brasil-Israel

    Também não houve repercussão no Ministério da Indústria e Comércio

    A crise diplomática entre o Brasil e Israel ainda não contaminou os empresários dos dois países que tem negócios comerciais. A afirmação é de Renato Ochman, presidente da Câmara de Comércio Brasil-Israel (BRIL).

    A escalada de tensão política depois da fala do presidente Lula comparando a atuação do exército israelense na Faixa de Gaza ao holocausto assustou muitos empresários, mas prevalece o pragmatismo na visão sobre os acordos ativos entre os países.

    No Ministério da Indústria e Comércio, onde as relações comerciais do Brasil são tratadas, também não houve repercussão, nem informal, segundo fontes disseram à CNN.

    Isso indica que a crise, apesar de grave, ainda está contida no campo político, disse ao blog um experiente executivo brasileiro próximo ao governo.

    Segundo números oficiais, a balança comercial é negativa para o Brasil, com déficit de quase US$ 700 milhões no ano passado.

    Renato Ochman afirma que nos últimos três anos, o saldo da troca entre os países quase triplicou, o que ainda não aparece nos dados oficiais. O crescimento se deu pela importação de tecnologia israelense para diversos setores da economia.

    O presidente da BRIL citou um projeto de dessalinização de água do mar em Pernambuco, outro de educação técnica para o agronegócio no Paraná. Há ainda parcerias para saneamento básico, saúde e proteção ambiental.

    “Se contarmos os negócios em tecnologia que foram fechados nos últimos anos, a balança comercial do Brasil com Israel passa de US$ 4 bilhões. Tem muita empresa israelense de tecnologia com capital aberto nos Estados Unidos, o que acaba levando o crédito dos negócios para o mercado americano. Mas são empresas israelenses”, explicou Ochman.

    Na BRIL, segundo o executivo, sempre trataram separados os negócios da política. E assim ele espera que seja dessa vez, mesmo levando em consideração a gravidade da fala de Lula para os judeus.

    “Quando um país compra uma tecnologia de outro é porque há demanda por aquele serviço. Já são muitos projetos avançando no Brasil com tecnologia israelense. E quem perde é quem recebe essa tecnologia. Nós imaginamos que haja uma compreensão entre Brasil e Israel de que a questão comercial tem que ser tratada à parte. Se tiverem lucidez com os negócios, as parcerias vão seguir”, disse Renato Ochman.