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    Thais Herédia
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    Thais Herédia

    Passou pelos principais canais de jornalismo do país. Foi assessora de imprensa do Banco Central e do Grupo Carrefour. Eleita em 2023 a Jornalista Mais Admirada na categoria Economia do Jornalistas & Cia.

    Brasil vai enfrentar mais uma semana de ruídos e turbulência

    Dados de Inflação e desemprego e a primeira coletiva da nova presidente da Petrobras devem marcar a semana

    A agenda econômica da semana promete não deixar o Brasil experimentar dias mais estáveis ou com menos ruídos. Entre as batalhas da política, que provocam boa parte do abalo, e os dados econômicos que serão divulgados, tudo indica que não deve haver trégua no mercado ou para empresários.

    Na pauta doméstica serão conhecidos o IPCA-15 de maio e a Pnad Contínua de abril. A correlação entre inflação e desemprego é uma das grandes preocupações do Banco Central. Com mercado de trabalho forte e resiliente, o risco de pressão inflacionária está no radar do Copom e foi um dos componentes da decisão da taxa Selic.

    Na semana passada, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, e diretores da autarquia gastaram tempo e palavras para tentar desfazer o mal-estar que causaram com a divisão do último Copom.

    A separação entre os “novos” e os “antigos” ficou marcada e é uma das dúvidas sobre a próxima definição dos juros. O que todos deixaram claro é que o cenário mudou para pior e o espaço para novas quedas está se fechando.

    A alta das taxas negociadas no mercado futuro de juros desde o Copom não cedeu, carregando uma percepção de risco sobre a gestão da política monetária. A força majoritária da manutenção de um cenário negativo para a Selic ainda é a política fiscal.

    Apesar do governo ter apresentando bons resultados para o primeiro quadrimestre do ano, a gestão das contas está claramente comprometida. Numa manobra comum em governo com caixa apertado, a equipe de Fernando Haddad tem conseguido adiar o enfrentamento da piora das receitas e aumentos dos gastos em 2024.

    Os debates mais esperados para o ano, como a regulamentação da reforma tributária, vão ficando de lado, o que aumenta o risco de saírem pior do que esperado.

    O Congresso está focado em garantir desoneração da folha de pagamentos dos setores escolhidos e dos municípios brasileiros. Até a taxação das “bugigangas” conquistou prioridade em Brasília. Corte e revisão de gastos, nem pensar.

    “A condução da política econômica demanda algumas premissas, como transparência, previsibilidade e credibilidade. O que nós vimos na semana passada não foi nada disso”, diz Jeferson Bitencourt, economista do Asa Investments e ex-secretário do Tesouro Nacional.

    “Na política monetária não há previsibilidade, na política fiscal não há transparência e na tributária, para muitos setores da economia não dá para saber quanto e quando vai ser tributado”, afirma.

    Sem falar da Petrobras, que começa a semana com a nova presidente no cargo. Magda Chambriard dará sua primeira entrevista coletiva nesta segunda-feira (27) e dificilmente vai esclarecer as dúvidas que pairam sobre o que será de sua gestão.

    Para fechar o quadro de turbulência ininterrupta em Brasília, tem o cenário internacional. A economia americana não cede ao aperto do FED e os mercado vivem ao sabor dos milímetros de informação disponíveis. Na agenda da semana teremos dados do PIB do primeiro trimestre e o índice de preços que guia o Banco Central dos Estados Unidos.

    A volatilidade em excesso desancora as expectativas dos agentes econômicos. Os mercados não tem muita paciência, ou nenhuma, para perder durante muito tempo.