PGR quer força-tarefa para combater milícias e crime organizado nas eleições
Paulo Gonet aposta no compartilhamento de informações entre Gaecos, promotores e procuradores eleitorais para impedir que organizações criminosas financiem candidaturas
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, defendeu nesta semana que promotores e procuradores eleitorais intensifiquem o trabalho em conjunto com os Grupos de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaecos) nos estados para enfrentar a influência do tráfico e da milícia nas eleições deste ano.
A intenção é que haja o compartilhamento de informações entre os integrantes dos Gaecos, juntamente com promotores e procuradores eleitorais, para impedir que organizações criminosas financiem candidaturas ou atuem para interferir de forma irregular na vontade do eleitor.
Gonet se reuniu na terça-feira (3) com procuradores regionais eleitorais de todo o país. Já na quarta-feira (4), o procurador-geral participou de uma reunião virtual com a ministra Cármen Lúcia, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A Gonet, os procuradores expressaram preocupação com a proliferação de casos de interferência de milícias e do crime organizado nas disputas eleitorais dos municípios brasileiros.
Um participante da reunião contou à CNN que os promotores foram orientados a redobrar as atenções com candidaturas de políticos ligados a organizações criminosas, seja tráfico ou milícia. A impugnação dessas candidaturas é o objetivo principal.
Uma das medidas cabíveis contra esses candidatos é a instauração de procedimento para apuração de futura Ação de Investigação Judicial Eleitoral, por abuso do poder econômico.
O Ministério Público Federal integra o Núcleo Institucional de Garantia dos Direitos Eleitorais do TSE, criado no final de agosto, com o objetivo de prevenir e apurar práticas criminosas durante o processo eleitoral.
O grupo é responsável por repassar – aos juízes e ao Ministério Público – os dados necessários para a abertura de investigações, de forma prioritária.
Fazem parte do núcleo, o vice-procurador-geral Eleitoral, Alexandre Espinosa, e um representante do TSE, da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal, dos Gaecos, do Ministério Público dos estados e da Agência Brasileira de Inteligência, além de um especialista em segurança institucional.
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