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    Teo Cury
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    Teo Cury

    Explica o que está em jogo, descomplica o juridiquês e revela bastidores dos tribunais e da política em Brasília. Passou por Estadão, Veja e Poder360

    Análise: Ricardo Nunes enaltece Tarcísio em discurso e evita menção a Bolsonaro

    Ausência do ex-presidente na campanha se refletiu no pronunciamento deste domingo

    O apoio tímido de Jair Bolsonaro (PL) à candidatura de Ricardo Nunes (MDB) se refletiu no discurso do prefeito logo após garantir vaga no segundo turno da eleição na cidade de São Paulo.

    Nunes enalteceu Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou que o governador não mediu esforços durante a campanha e disse que ele foi corajoso, leal e amigo.

    “Quero fazer um agradecimento especial ao governador Tarcísio de Freitas”, disse. O governador foi aplaudido em diversos momentos e ouviu a plateia gritar seu nome.

    “Tarcísio tem nos ajudado muito antes das eleições. Tarcísio tem sido um grande irmão, tem nos ajudado muito nos trabalhos que a gente vem desenvolvendo na Prefeitura”, afirmou o prefeito.

    Bolsonaro não foi mencionado por Nunes nos agradecimentos. A única menção ao ex-presidente no discurso aconteceu quando Nunes citou que seu candidato a vice, Mello Araújo (PL), foi indicação dele.

    O ex-presidente não participou da campanha de Nunes no primeiro turno. Aliados de Bolsonaro apostavam em Marçal no segundo turno.

    Bolsonaro atuou como cabo eleitoral em diversas cidades do país e na capital paulista escolheu apoiar Nunes apesar de já ter dito que ele não é seu “candidato dos sonhos”.

    A entrada de Marçal na disputa e a divulgação de seu bom desempenho nas pesquisas dividiram a direita em São Paulo. A adesão de parte do bolsonarismo à candidatura de Marçal forçou o clã Bolsonaro a recuar da artilharia que vinha sendo direcionada ao coach.

    Diante da divisão do bolsonarismo com a chegada de Marçal à disputa, o grupo próximo a Bolsonaro acabou tendo influência na decisão de o ex-presidente não ter embarcado na campanha de Nunes.

    Esses aliados do ex-presidente elogiavam o coach e consideravam que Marçal tem mais em comum com Bolsonaro do que Nunes e que, por isso, poderia representar melhor as bandeiras e pautas bolsonaristas.

    A um mês das eleições, o ex-presidente avaliou ser “muito cedo” para entrar “massivamente” na campanha de Nunes.

    “Esse apoio mais explícito não parte de mim e ponto final. Está muito cedo para eu entrar massivamente na campanha dele [Nunes], pode ser que tenha que esperar um pouco mais”, disse à época.

    O prefeito compartilhou com a imprensa na ocasião uma outra avaliação. “Agora, o ideal, de acordo com a coordenação da campanha é realmente ter uma presença um pouco mais intensa, mais para o final. Como faltam 26 dias, talvez nos últimos 15 dias. Estão ajustando a questão da agenda”, disse Nunes.

    Um aliado de Bolsonaro que simpatiza com a candidatura de Marçal minimiza a ausência do ex-presidente na campanha de Nunes no primeiro turno.

    A avaliação é a de que a capital paulista tem um eleitorado de perfil centro-esquerda e que uma aproximação de Bolsonaro poderia prejudicar o desempenho do prefeito.

    Já um integrante da campanha de Nunes acredita que o prefeito não precisará de Bolsonaro próximo a ele nas próximas semanas.

    A percepção desta fonte, compartilhada por outros colegas da campanha, é a de que o trabalho que precisava ser feito de apoio a Nunes já foi realizado por Tarcísio.

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