Para fontes da diplomacia brasileira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) acertou ao recalcular o discurso, com tom mais duro, que condena a dificuldade de a oposição participar das eleições na Venezuela.

Segundo essas fontes, o presidente leu, pessoalmente, a nota apresentada pelo Itamaraty que indicou preocupação do governo com a disputa. A nota, segundo relatos, foi entregue ao presidente pelo chanceler brasileiro, Mauro Vieira.

O aval foi dado por Lula, segundo os auxiliares de Vieira, sem pedido de ajuste. Antes da publicação da nota, auxiliares do presidente da República teriam tentado contato com o governo da Venezuela, mas não obtiverem sucesso.

Dentro do governo, o discurso de Lula tem sido visto como um reposicionamento relevante, que tende a indicar novos ajustes no discurso presidencial sobre temas sensíveis.

Ao lado do presidente da França, Emmanuel Macron, Lula disse não ver explicação jurídica nem política para o impedimento à candidatura da professora Corina Yoris.

Ela não conseguiu registrar sua candidatura para enfrentar Nicolás Maduro nas eleições presidenciais marcadas para o dia 28 de julho.

“Eu fiquei surpreso com a decisão. Primeiro, houve a boa decisão de a candidata proibida pela Justiça [María Corina Machado] indicar uma sucessora. Achei um passo importante. Agora, é grave que a candidata [Yoris] não possa ter sido registrada. Ela não foi proibida pela Justiça. Me parece que ela se dirigiu até o lugar, tentou usar o computador e não conseguiu entrar”, disse Lula.