O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), telefonou para o apresentador Luciano Huck após ser criticado, em rede nacional, por conta do PL do Aborto, que equipara a pena do aborto após 22 semanas ao crime de homicídio.

No último domingo, durante o programa “Domingão do Huck”, na TV Globo, o apresentador chamou o projeto de “cruel” e afirmou que vítimas de estupro não devem ser objeto de mais injustiça. Huck cobrou Lira nominalmente por uma atitude.

Segundo fontes, o presidente da Câmara, então, telefonou para o apresentador para explicar o projeto, detalhar quais foram as motivações para pautar a urgência e prometeu, sim, tomar uma atitude, ou seja, garantiu que o projeto não seria votado em plenário da forma como está atualmente.

Líderes avaliaram à CNN que Lira parecia “abalado” na reunião desta terça-feira (18). Ele teria desabafado aos colegas que se sentiu sozinho diante das críticas e recordou que só votou a urgência do PL depois de um acordo feito com os próprios líderes.

A coordenadora da bancada feminina, Benedita da Silva (PT-RJ), defendeu Lira e explicou que decidiu não se posicionar publicamente sobre o assunto para evitar desgastes ao presidente da Câmara.

O presidente da Câmara decidiu criar uma comissão especial para discutir o PL do Aborto, mas líderes avaliam que o movimento não deve ganhar força e o projeto será esquecido.