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    Raquel Landim
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    Raquel Landim

    Com passagens pelos principais jornais do país como repórter especial e colunista, recebeu o prêmio “Jornalista Econômico” de 2022 pela Ordem dos Economistas do Brasil

    Pacheco promete deixar PEC da blindagem no “porão do esquecimento” do Congresso

    Advogado, presidente do Senado não admite que alguns possam ficar livres de operações de busca e apreensão se cometerem ilícitos

    Atento aos sinais da opinião pública, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), decidiu fazer o que se chama popularmente de “nadar contra a maré”.

    O senador disse a pessoas próximas que vai mandar para o “porão do esquecimento” do Congresso a “PEC da blindagem”, apurou a CNN.

    Efetivamente, não existe um texto sobre restringir as prerrogativas da Polícia Federal nas investigações de crimes cometidos por parlamentares, mas a articulação política está a todo vapor.

    Da defesa veemente feita pelo PL de Jair Bolsonaro, passando pelo apoio aberto do Centrão, até o silêncio confortável do PT de Luiz Inácio Lula da Silva, as discussões sobre o assunto vinham num crescente.

    O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), deixou claro que discutiria apenas “critérios para os procedimentos” da PF e que só levaria à frente propostas que fossem consenso entre todas as forças políticas. Lira não quer se indispor com o Supremo Tribunal Federal (STF).

    As ideias, no entanto, foram surgindo entre os parlamentares: submeter as operações da PF à autorização prévia da mesa diretora da Câmara, decretar o fim do foro privilegiado para tirar investigações das mãos dos juízes mais firmes do Supremo, tornar inviolável o gabinete do parlamentar e dar acesso total às investigações ao próprio parlamentar suspeito.

    O Palácio do Planalto sinalizou que cruzaria os braços a despeito de a Polícia Federal fazer parte da estrutura administrativa do governo.

    A avaliação da articulação política é que não haveria força para brecar o projeto e só atrairia o desgaste para si.

    Segundo apurou a CNN, Lira alertou Pacheco que a discussão estava avançando na Câmara e que uma PEC poderia surgir.

    A conversa ocorreu durante a posse do ministro Flávio Dino no STF na sala VIP do evento. Pacheco se limitou a ouvir.

    Pessoas próximas ao presidente do Senado explicam que, independente de já existir um texto ou não da “PEC da blindagem”, ele é contra a tese de transformar parlamentares em cidadãos especiais.

    Advogado, Pacheco não admite que alguns possam ficar livres de operações de busca e apreensão se cometerem ilícitos.

    O senador também é contra transformar o gabinete parlamentar numa espécie de “bunker” para eventuais documentos ilegais.

    Pré-candidato ao governo de Minas Gerais, Pacheco faz um cálculo eleitoral e acena ao público ao se posicionar firme na defesa da pauta anticorrupção. É claro que a proximidade das eleições ajuda, mas, no fim, é apenas bom senso.