Lula deixa de ser um trunfo para seu governo, aponta pesquisa
Levantamento da AtlasIntel mostrou que a avaliação positiva de Lula caiu de 52% para 47% neste início de ano - abaixo da imagem negativa que chegou a 49%
Pela primeira vez na história de seus mandatos, a imagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou de ser um trunfo para seus governos.
Pesquisa AtlasIntel, divulgada na quinta-feira (7), mostrou que a avaliação positiva de Lula caiu de 52% para 47% neste início de ano – abaixo da imagem negativa que chegou a 49%.
Diferentes temas estão preocupando os brasileiros, como segurança pública, responsabilidade fiscal, combate à corrupção. Todas essas áreas tiveram aumento importante de avaliações negativas. Notícias ruins não faltaram sobre esses assuntos e muitas delas foram criadas pelo próprio Lula.
Na política econômica, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, acabou tendo o respaldo de Lula para o déficit fiscal zero, mas depois de tomar uma bronca pública do chefe. A desautorização do ministro ofusca o bom desempenho do PIB.
No combate à corrupção, a persistência do presidente Lula e de boa parte de seu governo em reescrever a história, somada a algumas decisões do Judiciário, aumentam a sensação de impunidade.
Mas o que mais impressiona é política internacional. A taxa de ótimo e bom de relações internacionais caiu 9% – mais que a queda de 5% do geral.
E essa pesquisa foi feita antes de Lula falar em “presunção de inocência” para as eleições da Venezuela. Reflete apenas os comentários sobre a guerra em Gaza e a comparação feita com o Holocausto.
Política externa sempre foi um assunto que quase não influenciava na popularidade local desde que a economia estivesse garantida. Isso parece ter mudado por conta de um grupo importantíssimo: os evangélicos.
Os evangélicos estão dissociados da esquerda e fechados com Jair Bolsonaro. Para eles, falas contra Israel ou a favor do ditador venezuelano Nicolas Maduro soam como “desrespeito e extremismo”.
Outro grupo preocupado com o “radicalismo” de Lula é uma parte da classe empresarial, que, segundo apurou a reportagem, já começou discretamente a buscar alternativas para 2026.