Votação de Chiquinho Brazão reacende disputa entre Lira e Padilha
Ministro resistiu à pressão de liberar a bancada e manteve a orientação de votar pela prisão.
A votação sobre a prisão de Chiquinho Brazão (sem partido-RJ) reacendeu a disputa entre o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha.
Líderes governistas e fontes do governo avaliam como uma derrota de Lira o fato do Congresso ter decido manter o deputado preso.
Essas fontes dizem que Lira operou “duramente” para salvar Brazão, acusado de ser o mandante do assassinato de Marielle Franco.
Na avaliação do governo, Lira tentou transformar a questão num embate entre Legislativo e Judiciário, mas não conseguiu.
A votação foi apertada – apenas 20 votos a mais do que seria necessário para manter Brazão na cadeia. Padilha resistiu à pressão de liberar a bancada e manteve a orientação de votar pela prisão.
Pessoas próximas a Lira dizem que a manutenção da prisão de Brazão tinha forte apoio popular e atribuem as reportagens de que o presidente da Câmara estaria perdendo poder à uma investida de Padilha. “Ele está brincando com fogo”, diz um aliado de Lira.
Padilha e Lira não se falam desde o final do ano passado. Em conversas reservadas, pessoas próximas ao ministro dizem que Lira trabalha para derrubá-lo.
O presidente Lula segue dando respaldo a Padilha, mas indicou o ministro Rui Costa, da Casa Civil, como interlocutor do presidente da Câmara.