Não há relação entre ida de Bolsonaro para embaixada da Hungria e ato na Paulista, diz Wajngarten à CNN
Ex-presidente passou duas noites no local após ter seu passaporte apreendido pela Polícia Federal
O advogado Fábio Wajngarten disse à CNN, nesta segunda-feira (25), que não há relação entre a ida do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para a Embaixada da Hungria em Brasília e a manifestação na Avenida Paulista que aconteceu em 25 de fevereiro.
Bolsonaro passou duas noites na embaixada — entre 12 e 14 de fevereiro — logo após a Polícia Federal apreender seu passaporte em uma investigação que apura um suposto golpe de Estado. A informação foi publicada pelo jornal “The New York Times”, dos Estados Unidos.
Foi feita a relação entre os dois fatos pelo ex-presidente ter feito o vídeo de convocação para a manifestação quatro dias após ter perdido o passaporte e, na mesma noite, ter ido para a embaixada. A partir disso, surgiu a hipótese de um pedido de asilo, o que é negado pela defesa.
Segundo Wajngarten, Bolsonaro “sempre permaneceu dentro das quatro linhas durante todo o seu mandato presidencial”.
Entenda o caso
Vídeos das câmeras de segurança da embaixada, os quais a reportagem do jornal norte-americano teve acesso, mostram Bolsonaro acompanhado de dois seguranças sendo recebido pelo embaixador húngaro, Miklós Halmai.
Alvo de investigações criminais, o ex-presidente não poderia ser preso estando numa embaixada estrangeira, porque a área está legalmente fora do alcance das autoridades nacionais.
De acordo com o The New York Times, a estadia no local sugere que Bolsonaro estava tentando “alavancar a sua amizade com um colega líder de extrema direita, o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orban”.
Bolsonaro chamou Orbán de seu “irmão” durante uma visita à Hungria em 2022. Em dezembro do ano passado, Bolsonaro e o primeiro-ministro húngaro se reuniram em Buenos Aires na posse do novo presidente da direita Argentina, Javier Milei. Lá, Orbán chamou Bolsonaro de “héroi”.