O iFood está disposto a voltar à mesa de negociação com o governo federal sobre a regulamentação do trabalho nos aplicativos, mas com novos interlocutores.

Segundo fontes próximas à empresa, o senador Jaques Wagner (PT-BA) aparece como uma opção após sinalização do próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Na coletiva de imprensa realizada na segunda-feira, Lula pediu publicamente a Wagner, por duas vezes, que sentasse para conversar com o presidente do iFood, Fabricio Bloisi, que também é baiano.

Wagner é próximo de Lula, líder do governo no Senado e autor de outro projeto de lei, de número 3.570/2020, que cria a Lei Geral de Proteção para este segmento.

“Vamos encher tanto o saco que o iFood vai ter que negociar”, disse Lula ontem. Fontes da companhia afirmam que nunca se recusaram a negociar, mas reclamam que a interlocução está concentrada no Ministério do Trabalho, sem participação da Fazenda ou das Relações Institucionais.

A expectativa é de que a eventual entrada de Wagner facilite as conversas. Pessoas próximas à empresa dizem ainda que a companhia aceitou elevar o valor pago por hora trabalhada, mas o Ministério do Trabalho é que não conseguiu convencer os trabalhadores.

A empresa também é a favor de contribuir com a Previdência dos trabalhadores desde que em outras bases, já que 88% dos entregadores não trabalha o mínimo necessário para se qualificar a receber o benefício — eles trabalham menos de 90 horas/mês (e, portanto, pouco mais de 20h/semana). Isso é insuficiente para gerar contribuição mínima de um salário ao INSS.