General Freire Gomes é problema da Justiça, dizem fontes da Defesa
Investigadores da PF têm dúvidas se ex-comandante do Exército se omitiu ao tomar conhecimento da suposta trama golpista e ao deixar os acampamentos diante dos quartéis
Fontes do ministério da Defesa afirmaram à CNN que a situação do general Marco Antônio Freire Gomes, ex-comandante do Exército, “é problema da Justiça”. Seu depoimento na Polícia Federal está marcado para esta sexta-feira (1º).
Segundo a cúpula do órgão, as dúvidas sobre a conduta do general só começaram a surgir depois que ele passou para a reserva.
Os investigadores da PF têm dúvidas se Freire Gomes se omitiu ao tomar conhecimento da suposta trama golpista e ao deixar os acampamentos diante dos quartéis após as eleições.
A cúpula da Defesa quer distância do tema para preservar as relações com o Planalto, que estão muito bem com elogios públicos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Fontes afirmam que a investigação saiu da alçada militar desde que foi enviada ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Nas Forças Armadas, o ex-comandante do Exército ainda tem suporte. Fontes do alto comando disseram à CNN que ele “não tinha alternativa”.
Dois generais ouvidos pela CNN afirmam que Freire Gomes não cedeu aos apelos de golpe.
Na visão deles, se ele denunciasse as consultas do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), romperia a hierarquia e poderia provocar uma crise institucional. Pedir demissão também não seria uma opção, porque daria espaço para que fosse nomeado um general golpista.