Amorim não tem pressa para conversar com os venezuelanos, dizem fontes
Diplomatas da Venezuela pediram uma reunião com Amorim depois das falas do presidente Lula e da nota do Itamaraty
O assessor de assuntos internacionais da Presidência da República, Celso Amorim, não está com “pressa” para conversar com os venezuelanos sobre as eleições no país, disseram fontes do Palácio do Planalto à CNN.
Diplomatas venezuelanos pediram uma reunião com Amorim depois das falas do presidente Lula e da nota do Itamaraty.
Lula classificou como “grave” o regime de Nicolas Maduro ter impedido a candidata de oposição Corina Yoris de concorrer.
Segundo apurou a CNN, a solicitação de uma conversa mais “genérica” com Amorim chegou pela embaixada do Brasil na Venezuela, mas ainda não houve contato entre o ex-ministro e seu principal interlocutor no país, o presidente da Assembleia Nacional, Jorge Rodriguez.
Fontes disseram à CNN que Amorim telefonou para Rodriguez antes da publicação da nota do Itamaraty, mas ele não retornou os contatos. Amorim, então, teria alertado o embaixador venezuelano no Brasil.
Em suas redes sociais, Rodriguez fez duras críticas a Lula, ao presidente da Colômbia, Gustavo Petro, e a ao ex-presidente do Uruguai, Pepe Mujica — todos criticaram a postura do governo venezuelano.
“Desconhecimento? Ignorância? Medo? Não nos metemos nos assuntos de ninguém. Coloquem suas opiniões onde queiram”, escreveu Rodriguez depois de citar os três líderes.
Segundo ele, o partido de Corina Yonis não teria tentado realmente fazer a inscrição de sua candidata.
Amorim e Rodriguez foram os representantes escolhidos por Lula e Maduro para negociar o acordo de Barbados, pelo qual a Venezuela se comprometeu com eleições livres, enquanto os Estados Unidos levantavam as sanções, com mediação do Brasil.
A avaliação do Planalto é que uma conversa entre os dois seria mais produtiva do que um diálogo entre o assessor de Lula e outro interlocutor do governo venezuelano.