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    Phelipe Siani
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    Phelipe Siani

    Empreendedor, palestrante e âncora na CNN Brasil desde 2019

    O anel inteligente da Samsung e mais uma tentativa de popularizar a tecnologia “vestível”

    Será que o mercado vai conseguir embutir nos consumidores o desejo por mais um tipo de produto que a gente não sabia que precisava?

    Faz tempo que a gente que gosta de tecnologia já sabia que os anéis inteligentes tinham tudo pra ser uma próxima tendência fortíssima de mercado. O anúncio da Samsung só reforça isso. A gente até tem empresas no mercado que chegaram a lançar produtos parecidos antes, tipo a fabricante do Oura. É também um anel inteligente de uma empresa da Finlândia, que é feito em titânio e monitora mais de 20 indicadores de quem usa, tipo estresse, sono, oxigenação do sangue e por aí vai.

    O anel que a Samsung acabou de lançar é parecido, mas o fato de ser um projeto da gigante da Coréia do Sul dá muito mais peso pra esse conceito como um todo. Se uma big tech entra na onda, é porque o negócio realmente parece ser tendência. O anúncio foi feita lá na França, onde eles apresentaram um produto que parece um anel de metal e só, mas que basicamente acompanha a saúde de quem usa 24 horas por dia.

    Além dos monitoramentos de frequências cardíaca e respiratória, o anel analisa o ronco e fica de olho até no ciclo menstrual da mulher que usar. É um aparelho que faz bem menos coisas que um relógio inteligente, mas que tem um tamanho ridiculamente pequeno.

    Um detalhe importante nessa história é que, como ele não tem nenhuma tela nem nada chamativo, a bateria dura, segundo a Samsung, até uma semana, dependendo do tamanho do anel que você tiver usando. Eles recomendam usar no dedo indicador pra otimizar o movimento de pinça, que habilita algumas ações, tipo tirar foto ou parar o alarme do celular, o que é bem interessante.

    O anel é à prova d’água, dá pra molhar de boa, a Samsung só não recomenda que o dono mergulhe com ele porque aí pode dar ruim.

    Um ponto negativo é que o anel ainda não tem a tecnologia NFC, que poderia permitir, por exemplo, usar o anel pra fazer pagamentos. Ele também não é rastreável individualmente, mas tudo isso certamente deve ir melhorando nas próximas versões. É super normal um produto que inaugura um novo segmento dentro de uma empresa ter menos funções, que vão aparecendo ao longo das outras versões mais atualizadas.

    O preço na conversão direta, sem as taxas nem os impostos, fica em pouco mais de R$ 2.100. Mas a gente sabe que o anel deve chegar aqui, provavelmente, custando alguma coisa perto de R$ 4 mil.

    Levando em consideração que eu adoro usar anéis e que eu pago por volta de R$ 30 nos que eu compro nas barraquinhas de camelô da Avenida Paulista, é um preço beeem alto. Mas não dava pra ser muito diferente disso agora no lançamento, já que a gente tá falando de um gadget com MUITA tecnologia no formato e no peso de um anel. E isso é bem impressionante!

    E é bom lembrar pra galera que curte um mercado secundário que pode ser um pouco difícil de vender um anel usado, já que, como todo anel, ele tem medidas específicas, são 9 tamanhos ao todo. O dono do equipamento vai precisar vender pra alguém que tem o dedo do mesmo tamanho.

    O anel da Samsung vai começar a ser vendido em alguns mercados específicos mais pro fim do mês. O Brasil, infelizmente, não tá na lista dos países que vão receber o produto nessa primeira leva, mas eu entrei em contato com a Samsung, e eles me disseram que chega oficialmente aqui ainda esse ano.

    O fato é que o anel é um produto que entra num balaio de “wearables“, ou “vestíveis“. É a tecnologia que se veste, se usa. Entram nessa categoria monitores cardíacos de pulso ou que ficam naquelas fitas ao redor do peito, smartwatches, tênis de corrida que mandam dados de desempenho pros usuários, óculos com câmeras integradas e realidade aumentada projetando informações na frente do olho de quem usa, fones de ouvido sem fio e agora os anéis.

    Que tudo isso parece ser tendência, o mercado já sabe há muitos anos, mas será que a gente realmente quer mais gadgets?

    Pra mim, não é exagero enxergar esse segmento de smart rings como uma tentativa de criar mais um novo tipo produto que a gente “precisava” e não sabia. E, pra quem não usa smartwatches, pode ser uma opção legal de tecnologia útil, principalmente se o foco for em esportes ou monitoramento de indicadores de saúde.

    Eu sinceramente ainda não vejo muita utilidade em ter um smart ring se você já anda com um relógio inteligente no pulso. Nesse caso, as informações coletadas são muito parecidas e, o único benefício mais evidente é a possibilidade de acompanhar o sono de quem não curte dormir de relógio. Aí vai da percepção de valor do usuário, do famoso custo x benefício.

    Vale a pena pagar tudo isso por um produto que vai te trazer benefícios pequenos, que talvez você já tenha? Eu acho que sim, mas eu sou early adopter, quer dizer, eu gosto de usar novidades, testar e aprender com isso. Mas cada um tem a própria resposta, isso é muito pessoal.

    O ponto é que a novidade é super interessante, só precisa saber se as duas pontas mais interessadas nesse processo, de fato, vão aderir à novidade: quem compra e quem vende. Será que os smart rings vão ser a aliança que firma o casamento dos usuários com um novo jeito de olhar pra si? Ou será que o divórcio vem antes mesmo do anel ir pro dedo? Só o tempo vai trazer essa resposta!

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