Feira global confirma tendência de celulares virarem grandes gadgets de IA
A maioria absoluta das novidades apresentadas pelos fabricantes tem inteligência artificial generativa no centro da solução. E não poderia ser diferente!
É bem possível que você nunca nem tenha ouvido falar na MWC, que neste ano é lá em Barcelona, na Espanha. Só que para o mundo dos nerds de tecnologia, como eu, esse é um evento bem importante.
MWC é a abreviação de Mobile World Congress, que, na prática, é o nome da feira que junta em um mesmo lugar, e ao mesmo tempo, absolutamente tudo o que de mais novo existe no universo dos celulares e dispositivos móveis.
Esses eventos são bem bacanas porque, como todos os entendidos e a mídia especializada ficam de olho, é neste tipo de encontro que as marcas deixam pra anunciar o que é realmente inédito.
Imagina a ansiedade desta edição, em um momento do mundo em que parece que tem uma plataforma nova de inteligência artificial generativa praticamente brotando o tempo todo dos bueiros da rua, do porta-malas do carro, de tudo que é lugar.
Se bem que eu não quero aqui falar só sobre as novidades em termos de gadgets, tem um texto incrível aqui no site da CNN sobre isso.
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O grande barato de todo esse rolê, pra mim, é pensar conceitualmente no caminho que a gente está trilhando pra um futuro que, real oficial, está muito perto de virar presente. E o melhor jeito de entender isso é analisando o contexto dos anúncios que foram feitos.
Vamos pelo menos citar os que mais me chamaram a atenção pra fazer essa pensata: a Samsung anunciou que vai colocar no mercado um anel prata com cara de aliança de namoro e que, até o fim deste ano, deve estar sendo vendido com a mais recente e semiassustadora tecnologia de inteligência artificial deles.
Vai ser mais uma opção do que o mercado chama de “wearables“… equipamentos inteligentes que quase sempre se conectam com o smartphone e teoricamente dão usos mais tecnológicos pra itens do dia a dia, tipo relógios, óculos, fones de ouvido e, agora, anéis. O anel está prometendo trazer ainda mais indicadores sobre nossa saúde e nossos hábitos que os smartwatches de hoje.
Isso se soma aos mesmos itens de sempre, mas que agora podem começar a vir em apresentações diferentes, tipo um laptop da Lenovo que tem a tela transparente, coisa mais maluca de ver. No começo do ano, a LG já tinha anunciado em outra feira de tecnologia global uma televisão com uma tela desse jeito aí, toda transparente. É a prova de que deve ser uma baita tendência mesmo, que deve chegar logo, inclusive, nos próprios celulares.
Pra finalizar, o Android, que é um sistema operacional do Google, vai ganhar uma bela atualização de inteligência artificial para a versão que conecta os celulares nas centrais multimídia dos carros. Isso vai, por exemplo, levar pra dentro dos veículos tecnologias como o Gemini. É uma inteligência bizarra de impressionante, que vem do mesmo balaio do Google que cria soluções, respostas e até jogos de videogame a partir de comandos de texto super simples.
Dito tudo isso, entre as muitas conclusões que eu chego, algumas, pra mim, são mais óbvias. Com exceção da tela transparente, que é um hardware, praticamente todas as novidades estão diretamente conectadas com soluções de inteligência artificial generativa (aquele tipo de IA que efetivamente cria respostas e soluções criativas a partir de informações que o usuário traz em texto ou imagens).
Eu me pergunto, então: ainda faz sentido estudar programação pensando em ser um programador tradicional? Pensa comigo, com o crescimento exponencial da inteligência dessas plataformas não é lógico entender que, logo menos, elas vão fazer em milésimos de segundos o trabalho braçal dos programadores de hoje?
Não que isso vá acabar com a profissão, mas vai fazer com que os profissionais de programação, em vez de fazer uma plataforma inteira do zero, fiscalizem as inteligências artificiais no trabalho delas de desenvolver 20, 30 plataformas ao mesmo tempo. O conhecimento deles vai ser usado pra refinar os resultados que começaram a ser criados pelas IAs.
E isso vale para o desenvolvimento e atualização de absolutamente todos os apps que estão nos nossos celulares, todos os softwares dos nossos computadores, incluindo as smart TVs. Entender essa possibilidade é importante e, acredito eu, isso precisa ser levado em consideração na hora de escolher uma profissão.
Sim, eu provavelmente estou indo bastante fundo nas associações e conexões que essas tecnologias estão trazendo, mas eu acho bastante importante a gente pensar em todas as relações de causa e efeito que tudo isso está trazendo. O momento da tecnologia mundial que a gente está vendo é extremamente impressionante, mas pode deixar muita gente perdida.
Nesse contexto, uma feira de novidades não é só isso, principalmente quando as novidades estão naquilo que nasceu para falar e virou o gadget mais importante das nossas vidas: o celular.
Aliás, o próprio conceito de celular precisa e deve ser discutido nos próximos anos. Com tanta coisa acontecendo, é bem possível que ele passe a ter novos formatos, deixe de ter a tela como a gente conhece, se transforme em broches, lentes de óculos, de contato, enfim, muita coisa mesmo vai acontecer nos próximos anos e de um jeito muito rápido.
Talvez você nem goste tanto de tecnologia e não veja nenhuma necessidade de acompanhar tudo isso que está acontecendo. Mas uma coisa eu te garanto: você pode até tentar ignorar tudo isso, mas, uma hora, a mudança vai chegar em você. E quando isso acontecer, você pode estar mais familiarizado ou menos familiarizado com as revoluções que têm mudado o jeito que a gente vive e se relaciona com o mundo, com os outros. Só depende de você.