Braço direito do ex-presidente atua como guardião do bolsonarismo na pré-campanha de Nunes
Wajngarten também atua estabelecendo pontes e apagando incêndios em uma relação marcada por idas e vindas
Com uma base política formada por 10 partidos — que vão da centro-esquerda à direita –, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) se equilibra entre uma estratégia antipolarização e a pressão do entorno do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por gestos de lealdade.
No organograma da pré-campanha, o advogado Fabio Wajngarten, assessor e braço direito do ex-presidente, não tem (ainda) um cargo formal, mas ocupa um papel de destaque e circula com desenvoltura entre auxiliares e aliados, o que às vezes causa ruídos de comunicação.
Para amigos, Wajngarten se diz um “cão de guarda” do bolsonarismo no time de Nunes, onde também atua estabelecendo pontes e apagando incêndios em uma relação marcada por idas e vindas.
Apesar da resistência de uma ala da prefeitura, Wajngarten é tratado com deferência pelo prefeito e é consultado antes da chegada de novos nomes ao grupo.
Foi o advogado, por exemplo, quem avisou o prefeito que não haveria problema se ele não fosse ao ato do dia 25 de fevereiro em defesa de Bolsonaro na Avenida Paulista.
Mas, por outro lado, ele e o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) tiveram um papel central no convencimento de Nunes a subir no caminhão de som alugado por Silas Malafaia.
O prefeito disse à CNN que Wajngarten “tem sido muito objetivo na analise do cenário eleitoral”. “Tem a leitura de que um candidato da direita teria dificuldades em vencer as eleições e que um candidato do centro, eu, com apoio da direita, do presidente Bolsonaro, seria muito competitivo”, disse. “É raro ter pessoas com essa visão realista”.
Outro nome ligado ao bolsonarismo no time é o marqueteiro Duda Lima, que fez a campanha do ex-presidente na TV em 2022 e é ligado ao presidente do PL, Valdemar Costa Neto.
Procurados pela CNN, o advogado não quis se pronunciar.