Arce e Evo têm histórico conturbado, mas devem se unir após tentativa de golpe; entenda
A tentativa de golpe de Estado na Bolívia nesta quarta-feira (26) aconteceu no momento em que o grupo político do presidente Luis Arce e do ex-presidente Evo Morales, o partido MAS, passa por uma divisão interna.
Em 2023, o presidente chegou a ser expulso do MAS em um congresso do partido dominado por apoiadores de Evo e boicotado por Arce e seus aliados.
O atual presidente é considerado moderado e politicamente mais ao centro que Evo, o que levou a um tensionamento entre eles.
Luis Arce foi ministro da Economia durante o governo de Morales e, em 2020, foi indicado para disputar a Presidência como um aceno às classes médias e aos eleitores moderados.
Naquele ano, Evo foi impedido de concorrer ao 4° mandato após mudar a legislação em 2017 para disputar a reeleição de forma ilimitada. Sem apoio dos militares, o ex-líder cocaleiro se exilou primeiro no México e depois na Argentina.
Em 2020, Arce venceu a eleição presidencial e abriu caminho para o retorno de Evo à cena política boliviana, mas logo as divergências surgiram.
Após o presidente da Bolívia denunciar o que chamou de “mobilização irregular” de unidades do Exército, o ex-presidente Evo Morales disse que há um golpe de Estado em curso e convocou a população a resistir.
O general Juan José Zúñiga foi retirado do cargo após fazer ameaças contra Evo Morales.