O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem atuado pessoalmente nos bastidores para garantir que disputas internas e pressões partidárias não prejudiquem sua estratégia de tentar isolar o bolsonarismo nos maiores colégios eleitorais.

O mapa eleitoral desenhado pelo presidente prevê que o PT abra mão de lançar candidaturas próprias para reforçar palanques mais fortes em cidades como Recife, Salvador, Curitiba e Rio de Janeiro, o que gerou reações de petistas nessas praças.

Uma resolução da sigla do ano passado determinou que nas cidades com mais de 200 mil habitantes a palavra final sobre coligações será da direção nacional, que montou um Grupo de Trabalho Eleitoral coordenado pelo senador Humberto Costa (PT-PE).

Segundo fontes ouvidas pela CNN, Lula tem atuado pessoalmente para resolver impasses com aliados de dentro do partido.

Há entre petistas o temor que alas do PT nas cidades onde houve intervenção da direção nacional atuem para outras candidaturas de esquerda.

Na semana passada, o presidente mediou no Palácio do Planalto uma conversa entre a presidente do PSOL, Paula Coradi, e a presidente do PT, Gleisi Hoffmann.

O PSOL apresentou o mapa no qual a legenda apoia o PT e indicará o candidato a vice em 4 capitais: Porto Alegre, Maceió, Goiânia e Campo Grande.

No encontro foi selado o acordo em Belo Horizonte, onde a candidatura da deputada estadual Bella Gonçalves (PSOL) foi retirada para que o partido apoie o deputado Rogério Correia (PT-MG).

Em outra articulação, Lula interveio para garantir que o PT reforçasse o caixa da campanha de Boulos em São Paulo.