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    Pedro Venceslau
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    Pedro Venceslau

    Pós-graduado em política e relações internacionais, foi colunista de política do jornal Brasil Econômico, repórter de política do Estadão e comentarista da Rádio Eldorado

    Análise: Nunes foi alvo principal em debate, marcado pelo medo de errar

    Com cenário indefinido para segundo turno, candidatos adotaram tom moderado no debate da Globo

    Os candidatos à Prefeitura de São Paulo ficaram na defensiva no debate da TV Globo nesta quinta-feira (3).

    Diante da maior audiência entre todos os confrontos, os três líderes optaram claramente por buscar um empate, mas ainda assim seguiram à risca as estratégias desenhadas com base nas pesquisas mais recentes de intenção de voto.

    Com chances de chegar ao segundo turno, Pablo Marçal (PRTB) estava irreconhecível.

    O empresário escolheu Ricardo Nunes (MDB) — seu adversário direto por uma vaga no segundo turno — como alvo central, mas escolheu bem as palavras, evitou apelidos, passou longe de grosserias e modulou o tom de voz.

    O candidato do PRTB misturou um cardápio de promessas “disruptivas” com frases de efeito como “jejum do crime”.

    No cômputo geral, Marçal mirou Nunes, mas usou munição leve para não ampliar sua rejeição.

    O candidato do PSOL começou o debate reforçando sua ligação com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e exaltando sua vice, Marta Suplicy (PT).

    Ao longo do programa, Boulos focou em desgastar Nunes e deixou Marçal em segundo plano. Não por acaso, as pesquisas indicam que o empresário seria um adversário mais frágil no segundo turno.

    Marçal se apresentou como o único candidato de direita e chamou José Luiz Datena para comprovar sua tese ao questionar o que ele achava dos “extremos”.

    O apresentador entrou no jogo e levantou a bola para o adversário ao criticar Stalin, Lenin e Mao.

    No fim desse bate-bola, Marçal colocou Boulos na prateleira do radicalismo de esquerda sem que Datena rebatesse.

    Emparedado pelos adversários, Ricardo Nunes defendeu sua gestão, ignorou solenemente Jair Bolsonaro e escolheu as palavras com cuidado para se defender sem contra atacar com virulência.

    Com uma fala contundente e acelerada, Tabata Amaral disparou. Contra Boulos, buscou a desconstrução da estratégia do voto útil. O caminho foi buscar as “contradições” entre o “Boulos do PSOL e o Boulos do marqueteiros”

    Contra Nunes, mirou questões administrativas.

    O candidato do PSOL respondeu com cuidado para não explodir pontes.

    Na reta final, o debate esquentou e o tom subiu, mas sem descambar para a violência dos eventos anteriores.

    Boulos disse que Marçal “odeia as mulheres” e foi chamado de “esquerdopata” e “socialista de iPhone” pelo rival. Tudo dentro da regra. Não houve direito de resposta.

    Mas Marçal no último bloco insinuou no último bloco que Boulos conhece “biqueiras”, mas pediu perdão aos eleitores de São Paulo se por acaso ele “magoou” alguém.

    Boulos, na saída, apresentou um exame toxicológico e foi advertido por exibir o documento no debate.

    Só na reta final, Marçal voltou a usar o boletim de ocorrência que a esposa de Nunes teria feito contra o prefeito.

    Nunes chamou o candidato do PRTB de “malvado”.

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