Com três ministérios na Esplanada (Transporte, Cidades e Planejamento) e 42 deputados na Câmara, o MDB é visto no entorno do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como um aliado importante no Congresso que estaria credenciado para indicar o nome do vice em uma eventual candidatura à reeleição do petista.

Segundo fontes do MDB ouvidas pela CNN, o partido trabalha com a possibilidade de apresentar três nomes para vaga: a ministra do Planejamento Simone Tebet; do Transporte, Renan Filho e o governador do Pará, Jader Filho, que é visto como o “favorito” da sigla.

Em conversas reservadas, caciques petistas avaliam que o PSB não tem tamanho para exigir a manutenção de Geraldo Alckmin como vice, mas admitem que o presidente tem apreço, carinho e lealdade pelo ex-governador.

Em entrevista à CNN, o ministro do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte do Brasil, Márcio França, que também é membro da executiva nacional do PSB, deixou claro que o partido não abre mão da vaga e jogou luz sobre o que pode ser um dilema para o MDB, caso o prefeito Ricardo Nunes (MDB) vença a eleição na capital.

“Alckmin é um vice perfeito para Lula. Não tem espaço pra mudança”, disse.

Questionado sobre uma possível indicação do MDB, o ministro disse que tem “dúvida” sobre qual será a posição do partido se Nunes vencer.

“O MDB do Nordeste, com Renanzinho (Renan Filho), e do Norte, com os Barbalhos, trabalham pelo Lula.

Mas o MDB de São Paulo é o principal adversário de Lula. Na minha visão, esse polo de São Paulo vai produzir um ovo da serpente. É daqui que vai sair o principal adversário do Lula (em 2026)”, disse França.

Aliado de Jair Bolsonaro (PL) na capital e de Tarcísio de Freitas (Republicanos), no estado, Ricardo Nunes (MDB) deve ganhar projeção nacional e espaço político no núcleo duro nacional do MDB se conseguir a reeleição.