Análise: Boulos se equilibra entre discurso pragmático e acenos à esquerda em entrevista à CNN
Candidato do PSOL promete diálogo com Tarcísio e disse que é possível amadurecer sem perder os princípios
Em sua terceira disputa eleitoral majoritária, o deputado Guilherme Boulos (PSOL) conta com mais estrutura, apoios e recursos financeiros do que nos pleitos anteriores.
Apresenta agora um discurso mais moderado e pragmático do que em 2018, quando disputou a presidência, e 2020, quando foi para o segundo turno contra Bruno Covas (PSDB) na capital.
Quando questionado na entrevista com os candidatos promovida pela CNN nesta terça-feira (20) sobre as mudanças que passou nesse período, o deputado deu uma resposta que sintetiza sua narrativa. “É possível amadurecer sem amolecer nos princípios”.
Boulos falou em manter uma boa relação com o governador bolsonarista Tarcísio de Freitas (Republicanos), prometeu dobrar o efetivo da Guarda Civil Metropolitana e disse que vai manter os agentes armados com fuzis, em um discurso que se assemelha ao dos adversários de direita.
Dito isso, porém, defendeu uma outra abordagem: o patrulhamento de proximidade.
Trata-se de uma tese defendida por especialistas em segurança pública do campo da esquerda, como Benedito Mariano, ex-ouvidor da PM e coordenador do plano de governo do postulante do PSOL.
Boulos passou na sabatina por temas que os adversários usam como munição contra ele.
Disse que em 2018 defendeu Nicolás Maduro porque aquela foi outra eleição, muito diferente do pleito de 2024, que hoje ele critica, ao contrário do PT.
Sobre a defesa de André Janones no caso das rachadinhas no Conselho de Ética, disse que não escolheu essa posição, mas foi sorteado, que apenas manteve a coerência em relação a outros casos que passaram no colegiado.
Outro tema que o acompanha é sua militância histórica no MTST.
O deputado defendeu sua atuação nos movimentos sociais e fez uma promessa de que seu governo será o com menos ocupações da história.