Análise: Antes da expulsão de Marçal, debate teve Nunes como alvo, mas sem confrontos diretos
Debate do canal Flow News teve Nunes como alvo; candidato do PRTB moderado até o último bloco; Boulos e Datena contidos; e Marina Helena “antiesquerda”
O debate entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo, realizado pelo canal Flow News nesta segunda-feira (23), adotou regras rígidas para evitar ataques entre os adversários e evitou os confrontos diretos.
O protocolo rigoroso, com direito a “cartão vermelho” após três advertências, funcionou até os segundos finais, quando Pablo Marçal (PRTB) atacou verbalmente Ricardo Nunes (MDB).
Nos momentos seguintes, nos bastidores, o marqueteiro de Nunes, Duda Lima, foi agredido pelo assessor de Marçal, Nahuel Medina.
Até então, tudo caminhava para um debate marcado por apresentação de propostas e ataques pontuais, mas sem virulência.
Com 30 minutos de atraso, o evento começou com perguntas de especialistas para duplas de candidatos sorteados no momento.
No bloco seguinte, foram os eleitores que fizeram as perguntas. E, na sequência, jovens internautas.
Os sorteios das duplas favoreceram tabelinhas entre Pablo Marçal (PRTB) e Marina Helena (Novo) de um lado, e José Luiz Datena (PSDB), Guilherme Boulos (PSOL) e Tabata Amaral (PSB).
Depois de uma sequência de debates tensos, os candidatos chegaram com a guarda baixa no debate do Flow e buscaram falar de propostas.
Nos poucos momentos de farpas trocadas, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) foi o alvo central.
Apesar de menos beligerante nos primeiros blocos, Marçal fez alguns disparos: chamou Nunes de “estepe sem um único voto” e depois mencionou as “invasões” ao citar Boulos.
O candidato do PRTB também fez um comentário que levou o deputado do PSOL a pedir um direito de resposta, que foi negado.
“Cheiradores profissionais não se acostumaram com o cheiro da cidade”, disse o influenciador.
Boulos rebateu: “a única coisa que vou invadir é a sua cabecinha vazia”, disse o deputado a Marçal.
No único momento em que o nome do ex-presidente foi citado, o candidato do PRTB saiu em defesa de Jair Bolsonaro pela atuação na pandemia de Covid-19.
“A pandemia foi tratada com muita politização, tanto é que a pergunta já foi direcionada para o Bolsonaro e ele não está aqui para responder. Mas eu imagino que ele fez todas as coisas que ele fez tentando acertar”, disse.
Tensão nos bastidores
A chegada dos candidatos foi marcada por tensão, quando Nunes e Marçal trocaram xingamentos. Ambos estavam cercados por seguranças e assessores.
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