As grandes empresas varejistas brasileiras estão atuando intensamente no Congresso Nacional para tentar evitar que o apelo eleitoral da rejeição à chamada “taxa das blusinhas” prevaleça sobre os interesses da indústria nacional.

À CNN, o diretor executivo da ABVTEX (Associação Brasileira do Varejo Têxtil), Edmundo Lima, disse que o setor foi pego de surpresa com a decisão do senador Rodrigo Cunha (Podemos – AL) de retirar a taxação de compras internacionais de até US$ 50 do Projeto de Lei (PL) nº 914/2024, que institui o Programa de Mobilidade Verde e Inovação (Mover).

“Foi uma surpresa para todos os senadores e o próprio Arthur Lira. Foi contra tudo o que estávamos trabalhando no âmbito da Câmara e Senado.

Nossa luta é para trazer igualdade de condições com as plataformas internacionais e estabelecer uma alíquota de imposto de importação para essas plataformas”, disse o dirigente, que está conversando com líderes do Senado e fazendo “corpo a corpo”.

Ainda segundo Lima, a taxa estabelecida pelo projeto de lei é um passo, mas não traz igualdade de condições.

“Ainda há uma defasagem. A taxa do projeto é de 20% até US$ 50 dólares. Acima disso tem um redutor de imposto de US$ 20 dólares. Acima de 50 dólares hoje a alíquota de imposto de importação é de 60%, e no projeto traz um redutor de 20 dólares”

Para a associação, uma alíquota ideal seria entre 45% e 50% para trazer igualdade de condições, uma vez que, segundo a entidade, o varejo nacional arca com carga tributária ao redor de 90%.

O dirigente disse ainda que a oposição mantém uma postura benéfica de reduzir a carga tributária do varejo e da indústria nacional.

“Esse era o nosso primeiro pedido quando começamos discussão com o governo para competir com as plataformas, mas o governo sempre foi contrário porque precisa arrecadar mais para fechar suas contas.”