Depoimento de motoboy e câmera do ônibus são apostas para destravar investigação de suposto racha
Hipótese de que homem que atropelou duas pessoas em Barueri disputava racha tem perdido força
A polícia espera ouvir nesta sexta-feira (24) um motoboy que ajudou a resgatar a mulher que teve a perna mutilada depois de ser atropelada por um carro de luxo no início da semana.
A dúvida dos investigadores, segundo fontes ouvidas pela CNN, é se esse homem, antes de ajudar no socorro, viu a colisão entre o carro e uma moto, e se isso pode revelar indícios de racha.
Guardas municipais que participaram do resgate e as duas vítimas também estão na lista de testemunhas que os investigadores querem ouvir.
Outra aposta da delegacia que investiga o caso é a tentativa de obter imagens de câmeras que poderiam estar em um ônibus que passou ao lado dos veículos muito próximo do momento do acidente.
A intenção é usar essa imagem para traçar um paralelo com outras já disponíveis e, a partir disso, estabelecer qual era a velocidade do carro de luxo no momento do acidente.
As imagens foram solicitadas pela empresa que é proprietária do ônibus. Eles se comprometerem a averiguar se de fato havia o equipamento para gravação na parte externa do coletivo.
A perícia já sugeriu à polícia que seria impossível chegar a 150 km/h na via do acidente, em Barueri. Por isso a suspeita é de que o carro estava entre 70km/h e 100km/h, ainda que essa velocidade mais alta só fosse possível por alguns segundos por conta de semáforos, curvas e cruzamentos.
Nesta quinta-feira (23), uma testemunha ouvida pela Polícia Civil de São Paulo afastou a tese de que dois carros de luxo, incluindo o que bateu na moto e deixou duas pessoas feridas, faziam parte de um racha. Mas outros elementos ainda fizeram com que essa tese perdesse força.
Entre eles, o fato de os dois carros que aparecem nas imagens têm modelos e potências bem diferentes. O carro que bateu em Maria Graciete Alves da Silva, de 36 anos, é de 2016, o outro bem mais atual. Maria teve a perna amputada depois do socorro médico. Ela deve voltar pra casa nesta sexta, depois de quase uma semana hospitalizada.
Além disso, Carlos André Pedroni de Oliveira, não tinha nenhuma pontuação ou multa na carteira de motorista, algo que seria inusitado para um praticante de racha, uma vez que a região do acidente tem diversas câmeras de monitoramento de velocidade.
Mesmo com esses fatores, a hipótese de racha ainda não foi descartada e seguirá sendo analisada pelos investigadores.