Às vésperas de uma eventual aprovação em segundo turno da incorporação do nome da cantora Rita Lee para rebatizar o Parque do Ibirapuera, documentos internos da prefeitura sobre o tema chegaram ao gabinete do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB). Neles, os conselheiros e representantes do colegiado, formado majoritariamente por frequentadores do parque, se opõem à iniciativa. A manifestação deve pesar a favor de um veto caso o projeto seja aprovado.

Um dos documentos é assinado pela bióloga Juliana Laurito Summa, Coordenadora de Gestão de Parques e Biodiversidade Municipal. Nele, ela afirma que, “em que pese a nobre iniciativa pela relação intensa que a cantora tinha com o parque, ratificamos a manifestação da Secretaria Municipal de Cultura, no sentido de que o procedimento não atinge o objetivo de homenagear a artista, uma vez que o nome ‘Parque Ibirapuera’ já está culturalmente e internacionalmente consolidado”.

A bióloga traz alguns relatos de conselheiros, parabenizando a iniciativa, mas propondo alternativas que não alterem o nome original, como por exemplo:

“Caso seja interesse em fazer homenagem a Rita Lee, que admiro muito, aconselho escolher um local dentro do parque e batizar como “praça Rita lee” ou algo do tipo”

“Acho que seria interessante nomear algo que tenha a ver com a cultura, relacionado a música, a escola de música… o Auditório?… ou senão talvez na praça da Paz, tipo Praça da Paz – Rita Lee?”

“Se for sobre a Rita Lee, com todo respeito, eu prefiro que não seja nada relacionado ao parque, apesar dela adorar, assim como todos nós adoramos e amamos o Parque.”

“Na minha opinião sugiro que façam uma homenagem em uma avenida próxima ao parque ou alguma rua próxima da casa onde morava, enfim. Acredito que faz mais sentido. Já o Parque Ibirapuera, acho muito. Desculpa!….”

“… Só pegar uma praça próxima aos arredores do Parque e colocar até uma estátua, acharia perfeito.”

“Existem muitos artistas de peso aqui em São Paulo que tem uma conexão forte com o Parque Ibirapuera. Pensa se cada um vier a falecer e tiver que uma leve carinho e homenagem envolvendo o Parque?”

O projeto da vereadora Luna Zarattini foi aprovado no dia 11 de abril em primeiro turno na Câmara. A votação para segundo turno estava prevista para o dia 17 de abril, mas foi atropelada pelo debate sobre a privatização da Sabesp.

Na época, antes da revelação dos documentos, interlocutores do prefeito Ricardo Nunes apontavam que não havia qualquer motivo de resistência à ideia de rebatizar o Ibirapuera para homenagear a cantora que era frequentadora do parque.