Com reforço de novos PMs e 56 mortos, Derrite decreta fim à Operação Verão em SP
Secretário de Segurança Pública do estado defende, no entanto, que ações da polícia seguirão na área que tem forte influência do tráfico
Sem conseguir a prisão de líderes do PCC, o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, anunciou que a Operação Verão chegou ao fim.
A meta era desarticular o crime organizado que atua de forma transnacional, exportando especialmente cocaína para a América do Norte e para a Europa.
A Operação Verão deixou pelo menos 56 mortos ao longo de sua atuação. Além dos suspeitos, na última quinta-feira (28) foi registrada a morte de Edneia Fernandes Silva, mãe de seis filhos, que foi vítima de uma bala perdida na cidade de Santos, onde fica o Porto, apontado como motivo de concentração do crime organizado na região.
Ela conversava com uma amiga numa praça quando foi atingida por um tiro na cabeça.
Derrite aponta que foram presas 1045 pessoas, das quais 438 foragidas. O número é menor do que os “mais de 500” foragidos que ele havia dito em entrevista ao vivo na CNN no último dia 21 de março.
Ao todo, 2,6 toneladas de drogas foram apreendidas e 119 armas de fogo recolhidas das ruas. 27 barricadas foram desmontadas, depois de o PCC importar a tática do Comando Vermelho para criar obstáculos para o avanço dos PMs em comunidades.
O principal motivo para o fim da Operação Verão é a nomeação e incorporação de 341 novos policiais militares aos batalhões da Baixada Santista. A informação já havia sido adiantada pela CNN.
“Operações de inteligência e combate ao crime organizado continuarão acontecendo em todo o estado, mesmo agora com o fim da Operação Verão fase 3, em que tropas deixam de se deslocar de outros municípios para a Baixada [Santista], que existe um efetivo permanente agora para fazer frente ao crime organizado”, disse o secretário nas redes sociais.
O objetivo principal da Operação Verão era desarticular o tráfico de drogas na região portuária. A meta ainda não foi totalmente alcançada, segundo interlocutores da própria polícia paulista.
Ao longo dos últimos anos, o PCC melhorou suas estratégias, com requintes profissionais, para garantir a exportação de drogas, especialmente cocaína, para o exterior.
São usados mergulhadores profissionais para acoplar remessas de drogas aos cascos dos navios, além da infiltração dos entorpecentes em contêineres transportados.
Chefes da quadrilha seguem sendo procurados pela polícia paulista.