Chuvas no RS: cães são amarrados em passarela em São Leopoldo; veja imagens
Imagens foram registradas em uma passarela na BR-116, na cidade de São Leopoldo; prefeitura diz que abrigos lotaram
Pelo menos 20 cachorros resgatados por voluntários na cidade de São Leopoldo, no Vale dos Sinos, foram amarrados em uma passarela da BR-116 e até em uma viatura do Corpo de Bombeiros estacionada na rua. Os animais comem e bebem água com a ajuda de voluntários.
As imagens obtidas pela CNN com protetores dos animais foram registradas próximo ao posto da Polícia Rodoviária Federal no bairro de Scharlau. Elas são o retrato de um sistema de acolhimento em colapso. Todos os abrigos lotaram e a prefeitura não tem mais locais para poder abrigar animais.
A CNN enviou os registros para a prefeitura do município gaúcho. Em nota, eles informaram que 20 mil animais, ao todo, foram resgatados e que mais de 80% dos abrigos coletivos receberam famílias com seus animais. Um espaço da Escola Municipal Irmão Weibert vem servindo como uma base de resgate de animais. Os animais foram amarrados a mesas e cadeiras para evitar que briguem.
O local, no entanto, agora está restrito apenas a situações de emergência. “A orientação às pessoas que estão resgatando animais é que sejam encaminhados ao local apenas aqueles que necessitem de atendimento urgente — sob pena de comprometimento da estrutura”, diz a nota.
A voluntária Ana Paula Schimit, da ONG Pata Santa, critica a falta de atendimento dos bichos. “Dentro das casas os animais estão suplicando por resgate, eles estão pulando para dentro dos barcos. A gente passa as embarcações e eles gritam no telhado pedindo socorro. […] A situação de São Leopoldo é terrível. Precisamos de ajuda urgente. Precisamos de pessoas de outras cidades que venham recolher os animais aqui. Porque o nosso município não está fazendo o trabalho deles. Não estão tirando os animais de dentro das casas”, diz ela.
Ana Paula descreve o cenário como ‘catástrofe’. “Estamos enfrentando uma situação de catástrofe dos animais. Os animais estão dentro das casas há sete dias, sem água e sem comida. Quando houve a evacuação das pessoas, foi proibido que as pessoas trouxessem os seus animais nos barcos. Então as pessoas esconderam os animais no forro da casa ou subiram os animais para o segundo piso da casa para terem uma chance de sobrevivência. A água está a quase 4 metros de altura, eles não conseguem retornar para as casas para buscar os seus animais, eles não conseguem alimentar esses animais”, conta a voluntária.
A nota da prefeitura “recomenda que os animais saudáveis sejam colocados em área seca e segura, sejam hidratados e alimentados”. Eles dizem ainda que estão procurando áreas fechadas que possam ser cedidas para abrigar os animais resgatados. Uma delas poderia ser a de uma loja do Carrefour que foi fechada.
“Peço encarecidamente a todos os moradores que possam nos ajudar com a cedência de espaços para novos abrigos provisórios. Os ativistas da proteção animal têm que entender que estamos tratando de vidas”, diz o secretário de Proteção Animal de São Leopoldo, Walter Verbist.