Um jantar na casa do ex-senador Luiz Pastore (MDB) feito para selar o apoio ao prefeito de São Paulo e pré-candidato à reeleição, Ricardo Nunes, reuniu representantes de 10 partidos.

Entre eles estavam os presidentes de nove partidos: PL, Republicanos, PSD, MDB, Podemos, União Brasil, Avante, PRD e Solidariedade. O encontro foi realizado na segunda-feira (22/4).

O apoio do PL, Republicanos, Solidariedade, PRD, PSD, Podemos e Avante já é dado como certo. O União Brasil ainda não bateu o martelo sobre a não participação do deputado Kim Kataguiri na eleição.

O presidente da Câmara Municipal de São Paulo, Milton Leite, que estava no jantar, se apresenta como pleiteante da cadeira de vice de Nunes e tenta dissuadir Kataguiri de disputar a eleição.

Outros componentes da chapa, no entanto, avaliam que a candidatura de Kataguiri poderia ser positiva, para fortalecer a bancada do União Brasil na Câmara e dar um contraponto à esquerda, que partirá para cima de Nunes.

Os principais rivais dele hoje são Guilherme Boulos (PSOL) e Tabata Amaral (PSB). A leitura dos aliados é de que Kim no mesmo campo de Nunes ajudaria a equilibrar ataques nos debates.

Já o PSDB, que por três anos foi o partido do ex-governador Rodrigo Garcia, que também estava no jantar, deve atravessar a campanha eleitoral distante de Nunes.

O ex-representante do governo paulista em Brasília e ex-prefeito de Salvador, Antonio Imbassahy, do PSDB, estava no jantar, embora não seja porta-voz da legenda. O PSDB queria emplacar o vice de Nunes, o que foi negado pelo próprio prefeito.

Outros dois postulantes à vaga de vice estavam no encontro. O próprio presidente da Câmara, Milton Leite, e o ex-ministro Aldo Rebelo, que saiu do PDT e se filiou ao MDB – o que reduz drasticamente as chances de ser o candidato a vice na chapa.

O próprio Nunes afirmou em entrevista ao programa CNN Novo Dia da última sexta-feira (19) que tem 10 nomes concorrendo por esse espaço.

O prefeito comemorou o jantar e voltou a usar o mesmo bordão adotado por Lula (PT) na última eleição presidencial: a “frente ampla”. A estratégia visa combater a tese de que Nunes está isolado no campo do bolsonarismo.

O discurso defendido pelos estrategistas é de que Jair Bolsonaro é um entre muitos aliados nessa campanha. O marqueteiro Duda Lima, que fez a campanha do ex-presidente em 2022, quando ele saiu derrotado para Lula, também estava no jantar.

“A Frente Ampla já tem o governador Tarcísio, presidentes nacionais de vários partidos, além do ex-governador Rodrigo Garcia, o presidente da Câmara, vereador Milton Leite, e outras lideranças. Isso mostra a união consistente e me deixa ainda mais animado”, disse Nunes à CNN.

Três emissários de Bolsonaro compareceram ao encontro: o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, o ex-secretário de Comunicação e advogado do ex-presidente, Fábio Wajngarten, e o deputado federal Altineu Côrtes (PL-RJ).

Além dos partidos presentes, Nunes ainda espera o apoio do PP. A CNN apurou que o presidente do partido, Ciro Nogueira, iria ao jantar. Ele, no entanto, teve um compromisso de última hora e ligou para o prefeito avisando que não compareceria, mas seguiria no arco de alianças.